Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro recebeu com apreensão a notícia da fusão do Itaú e do Unibanco, anunciada ontem (3). Embora os presidentes dos dois bancos – Roberto Setubal, do Itaú, e Pedro Moreira Salles, do Unibanco – tenham garantido que a medida não causará demissões nem fechamento de agências, o presidente do sindicato, Vinícius de Assumpção, acredita que tanto funcionários quanto correntistas serão prejudicados com a consolidação do processo. “Primeiro eles incorporam [os funcionários], depois começam a demitir. Foi isso que vimos em processos de fusão de outros bancos. Quem paga a conta são os funcionários, que acabam demitidos na maior parte dos casos, e a população, já que com a redução da concorrência as tarifas dos serviços bancários acabam aumentando e os postos de atendimento sendo reduzidos”, argumentou.Assumpção informou que o sindicato vai procurar o governo federal, representantes do Banco Central, das duas instituições financeiras e da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para realizar uma audiência conjunta. O objetivo é firmar um acordo que garanta a estabilidade provisória dos funcionários. “Poderia ser um documento nos moldes de um acordo coletivo, só que com cláusulas específicas que garantam o emprego desses trabalhadores”, explicou.Somente no município do Rio de Janeiro, as duas instituições reúnem 7,5 mil funcionários. Desde 1997, quando adquiriu o Banerj, o Itaú passou a ser responsável pela conta do governo do estado do Rio. É, portanto, a instituição financeira que paga os servidores e recebe os depósitos de pagamento por serviços prestados pelo governo estadual. Com a fusão, será formado o maior conglomerado do Hemisfério Sul, que ficará entre as 20 maiores instituições financeiras do mundo, com um ativo superior a R$ 575 bilhões. A nova empresa terá cerca de 4,8 mil agências e postos de atendimento ao público e 14,5 milhões de correntistas.