Exportações caem em outubro, mas secretário diz que meta para este ano está mantida

03/11/2008 - 18h34

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As exportaçõesbrasileiras somaram US$ 18,512 bilhões no mês deoutubro, com redução de 7,5% em relaçãoao mês anterior. Mas, comparado a outubro do ano passado, houveexpansão de 17,4%, conforme revelou hoje (3) o secretáriode Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral.A menor performance dasvendas de produtos brasileiros no mês passado não tira,contudo, a confiança do secretário quanto aocumprimento da meta para este ano, de exportaçõestotais equivalentes a US$ 202 bilhões. Em especial, segundoele, porque “o Brasil diversificou bastante os mercados, de modo areduzir a dependência do mercado norte-americano”.Para Barra, a meta é factível, considerando-se que as exportaçõesacumulam US$ 169,372 bilhões no ano e ainda faltam dois mesespara encerrar 2008. Basta vender em torno de US$ 16,5 bilhãopor mês, o que "é bastante provável",no seu entender, apesar da menor demanda mundial, por causa da criseiniciada nos Estados Unidos. Ele destacou que asimportações também tiveram comportamento estávelem outubro, com aumento de apenas 0,2% na comparaçãocom setembro. O país comprou do exterior poucomais de US$ 17 bilhões, patamar que se mantém há quatro meses.Barral salientou que“as importações vinham crescendo num ritmo bastanteforte”, mas as compras de produtos estrangeiros foram menores, nomês passado, principalmente por causa da volatilidade docâmbio, com significativas oscilações navalorização da moeda americana.Isso fez, inclusive,com que muitas mercadorias permanececem nos portos, com osimportadores à espera de redução na cotaçãodo dólar para retirar as compras, explicou Barral. De acordocom o secretário, isso acontece, principalmente, em relação abens de consumo não-duráveis como alimentos, brinquedose têxteis.Barral contesta que a reduçãona internalização ameace anormalização de oferta dos produtos mais consumidos nasfestas de fim de ano. Ele assegurou que “a ceia de Natal vai ser servida com bons produtos”. Segundo ele, as importações de bens de capital, para renovaçãodo parque industrial, continuam em alta.O secretárioadmitiu, no entanto, que a crise financeira afeta vários países, tanto nas exportações quanto nasimportações, porque “há receios em fecharcontratos de longo prazo, em razão da volatilidade do dólar”.Ele disse que o ministério “acompanha a situação com muito cuidado”, em especial quanto às possibilidades de garantir oferta decrédito para as exportações, a diversificaçãode mercados e o combate a medidas protecionistas e à concorrênciadesleal de outros países.De acordo com levantamento do ministério, as exportações de outubro cresceram nas trêscategorias, comparado ao mesmo mês de 2007. As vendas deprodutos básicos (minério de ferro, algodão embruto, fumo em folhas, carnes, café, petróleo em brutoe outros) somaram US$ 7,180 bilhões, com expansão de27,8%.Os produtossemimanufaturados (ferro e aço, óleo de soja, açúcare celulose) atingiram US$ 2,777 bilhões, com aumento de 30,4%sobre outubro do ano anterior. Os manufaturados (alumínio,etanol, veículos, tratores e autopeças), com menordesempenho de vendas, cresceram só 3,5%, em funçãoda redução da demanda internacional e alcançaramvendas de US$ 7,976 bilhões.Quanto àsimportações, os aumentos mais expressivos, na comparaçãocom o mesmo mês do ano passado, foram nas compras decombustíveis e lubrificantes (+52,6%), bens de capital(+39,4%), matérias-primas e intermediárias (+39,3%) ebens de consumo (+30,2%). Mas os gastos com petróleo forammenores que nos meses anteriores, segundo Barral, por causa da quedado preço internacional do produto.