Desemprego é discutido na 1ª Conferência Nacional da Juventude

28/04/2008 - 22h39

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma das principais preocupações dosjovens, o trabalho - segundo pesquisa do Instituto Pólis –foi tema de um dos Grupos de Trabalho (GT) hoje (28) na 1ªConferência Nacional da Juventude.De acordo com o facilitador do GT (espéciede coordenador do grupo), José Ricardo Fonseca, o tema demaior convergência entre os participantes foi desemprego, noqual estão incluídos o trabalho e a geraçãode renda.“Há um discurso de senso comum que odesemprego é flexional, ou seja, falta mão-de-obraqualificada. E o grupo apontou uma linha crítica a respeitodisso e chegou-se à conclusão que é um problemaestrutural, isto é, de falta de vagas”, explicou Fonseca.Segundo ele, uma das propostas aprovadas pelosparticipantes foi a da redução da jornada de trabalho,sem prejuízo do salário, para a geraçãode mais vagas. Essa é a linha defendida pelas centraissindicais, grande parte delas representada na ConferênciaNacional da Juventude e com participação no GT sobretrabalho.Para Sérgio Amorim, da juventude da CentralÚnica dos Trabalhadores (CUT), o ponto de maior divergênciafoi justamente sobre formas de gerar emprego para jovens. Segundoele, alguns eram favoráveis a cooperativas e empreendedorismo,mas CUT e outras centrais são contra.“A criação de cooperativas nãogera emprego descente. Essa é uma forma de interposiçãofraudulenta de mão-de-obra”, alega. Um exemplo que Amorimcita é o de cooperativas de serviços de informática.“Esse é um modelo bem comum. Em vez de aempresa contratar funcionários para digitar e fazer outrosserviços de informática, ela contrata uma cooperativa epaga a ela pelo serviço o mesmo valor que pagaria para umfuncionário, só que sem os encargos trabalhistas”.Mas, para o jovem trabalhador rural RaimundoAlves, que veio do Maranhão para a conferência, essapode ser uma forma de primeiro emprego para os jovens. “Essa podeser uma alternativa, sim. Mas claro que precisa ser discutida com osjovens da comunidade. Eu, por exemplo, participo de uma associaçãoque gera renda através do artesanato. É uma experiênciaque dá certo”, contou Raimundo.De acordo com ele, o que os jovens dessascomunidades buscam mesmo é capacitaçãoprofissional. “A gente precisa da inclusão digital, mas essenão é o único ponto. Queremos programas voltadospara as nossas necessidades, que nos preparem na área técnica,que ensinem coisas úteis na roça, e nãoprogramas voltados para o jovem da cidade”, disse Raimundo.