Grazielle Machado
Da Agência Brasil
Brasília - Os resultados dos debates do 1º Fórum de Violência,Participação Popular e Direitos Humanos no Rio deJaneiro, realizado esta semana. foram “alarmantes” e asconclusões deveriam “chamar a atenção de toda asociedade”.A avaliação foi feita por um dos organizadores do evento, o presidente da Organização Não-Governamental Rio Paz, Antonino Carlos Costa, em entrevista ao programa RedaçãoNacional, da Radio Nacional.A situação do sistema penitenciário brasileiro e aspolíticas públicas educacionais em áreas ondeexistem altos índices de violência foram os principaistemas levantados nas discussões, das quais participaram representantes de ONGs, do governo e de especialistas em direitos humanos e em temasligados à violência.“Nossos presos estão tendo queconviver uns com os outros em celas superlotadas em condiçõesdesumanas. Eu já tive informações de que emalguns presídios a temperatura no verão chega àcasa dos 50 graus”, disse Costa. Para ele, o principalproblema do Rio de Janeiro é a falta de uma políticaeducacional. “De acordo com um ex-comandante do Bope [Batalhão de Operações Policiais Especiais], o senhorMário Sérgio, a política de confronto que ogoverno estadual adota precisa vir acompanhada de outras políticassociais. Se nós não levarmos cidadania a essas áreas,[com altos índices de violência], se elas nãocontarem com a presença do Estado, vamos continuarvivendo esse drama de civis e policiais sendo mortos”, disse.Costase referiu ao filme brasileiro Tropa de Elite [que mostra as práticas desses policiais no combate ao crime], para criticar apolítica de confronto adotada pelo Estado. “Apopulação que está aplaudindo esse filme Tropade Elite deveria saber que se trata de uma realidade e, há dez anos, esse tipo de coisatem sido feito. Hoje nós nos encontramos em que quadro dasegurança pública?", indagou.ParaCosta, o filme retrata de forma errada o tráfico e o uso dedrogas no Rio de Janeiro. Segundo ele, é preciso entender oproblema dos usuários de droga como um “caso de saúdepública” e não apenas como caso de polícia.“Quem lida com dependência química sabe o que issosignifica”, frisou.Apenascom uma grande mobilização popular e com a ajuda dapopulação será possível acabar com aviolência no estado.“Eupenso em milhares de pessoas nas ruas de modo pacífico eordeiro reivindicado seus anseios. Eu penso que, do jeito que está,a segurança pública no Rio de Janeiro éingovernável”.