Distribuição de telecentros no Brasil precisa ser organizada, diz coordenador

12/08/2007 - 18h42

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O baixo índicede inclusão digital no Brasil não decorre da falta deprogramas de democratização do acesso àinformática e à internet. Para o assessor especialda Presidência da República, Cézar Alvarez, quecoordena as ações do governo na área de inclusãodigital, o que falta é “diálogo” entre as iniciativasdos ministérios, dos estados e municípios. “O que falta édiálogo entre essas iniciativas para que elas produzam maisaproveitamento. Por exemplo, tem regiões com mais mobilizaçãoe mais peso que acabam tendo dois ou mais centros, e em uma outra região que não tem essa mobilização, a quantidade ézero. A distribuição dos telecentros precisar serorganizada”. Uma pesquisa daRede de Informação Tecnológica Latino-Americana(Ritla) - feita com o Ministério da Educação(MEC) e Instituto Sangari, com base em dados da Pesquisa Nacional porAmostra de Domicílios (Pnad) de 2005 - mostra que 21,1% da populaçãobrasileira com idade a partir de 10 anos teve acesso à rede nostrês meses anteriores à Pnad, em qualquerlocal. No caso de locais de acesso público, como ostelecentros, somente 2,1% da população nessa faixa etária manifestou ter freqüentado um centro gratuito frente 10,5%que usou a rede em casa, 8,3%, no trabalho, 5,4% na escola e 4,6% emcentros pagos.Alvarez admitiu queainda é baixo o índice da população comacesso à internet, principalmente no caso da populaçãode baixa renda, mas diz haver uma expansão do acesso. “Osdados da pesquisa são de 2005. Ainda não havia o boomdas vendas do programa Computador para Todos”. Segundo aassessoria de imprensa da Presidência da República, houve um aumento de 46% na venda de computadores em 2006 na comparação com 2005. Ao todo, foram comercializadas 8,2 milhões de unidades, das quais 84% estavam dentrodo limite de preço (R$ 2,4 mil) estabelecido pela chamada MP do Bem, a Medida Provisória queestabelece benefícios fiscais. “Na desigualdade derenda do país, mesmo com o equipamento mais barato, há setoresda classe C,D e E - que são 70% dos brasileiros - que nunca vãoter renda para comprar um computador, mesmo barato”, afirmouAlvarez. Nesses casos, ele disse que a estratégia do governo éinvestir nos laboratórios nas escolas, em telecentros,em centros de acesso à internet e na capacitação de professores e participantes dos projetos de inclusão digital. O Brasil ainda nãotem um levantamento de todos os pontos públicos de acesso àinternet. Esse mapeamento deve ser concluído até o final do ano, por duas instituições: o Instituto Brasileiro deInformação em Ciência e Tecnologia (Ibict), órgãoligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, e oInstituto de Pesquisas e Projetos Sociais Tecnológicos (Ipso),uma Organização Não-governamental.No site Inclusão Digital ( http://www.inclusaodigital.gov.br/inclusao/outros-programas) são apresentadas as ações do governo de promoção do acesso à tecnologia da informação.