Levantamentos sobre centros de acesso à internet serão concluídos até o final do ano

12/08/2007 - 17h15

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Dois estudos sobre locais públicos de acesso à internet serãoconcluídos até o final de 2007. Os mapeamentos deprojetos de inclusão digital estão sendo elaboradospelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciênciae Tecnologia (Ibict), órgão ligado ao Ministérioda Ciência e Tecnologia, e pelo Instituto de Pesquisas eProjetos Sociais Tecnológicos (Ipso), uma Organização Não-governamental (ONG). Esse é o segundolevantamento da proposta do Observatório Nacional deInclusão Digital (Onid), uma iniciativa que envolve órgãose entidades da administração pública e dasociedade civil para conhecer e promover o intercâmbio eorientar investimentos em ações de inclusãodigital no país.As metodologia das duaspesquisas são diferentes, mas devem alcançar todosos municípios do país. O mapa do Ibict inclui projetosdo governo, da iniciativa privada (como as lan houses, centros onde o usuário paga pelo acesso à internet) e deinstituições da sociedade civil.O levantamento do Ipso abrange somente espaços públicosgratuitos, como os telecentros, ou que aplicam os recursos das taxascobradas dos usuários no próprio local, sem finslucrativos. Por causa das diferenças de metodologia e dasobreposição de projetos, os númerospreliminares dos dois levantamentos são diferentes. O Ibictestima que existem 16,7 mil locais de acesso à internet,enquanto o Ipso projeta cerca de 6 mil.A coordenadora deGestão da Informação do Ibict, CecíliaLeite, admitiu que há sobreposição de projetosde inclusão digital. Ele citou como exemplo uma sala de informática de uma escola quena contagem pode ser registrada como dois projetos em vez de um, porcontar com recursos do Programa Nacional de Informática naEducação (Proinfo), do Ministério da Educação,e do programa do Gesac, do Ministério das Comunicações,que oferece a conexão à internet. “Estamos validandoesses dados. Na medida que alguns saem por causa dessa sobreposição,muitos outros entram porque há uma constante abertura de novoscentros de inclusão”.Segundo ela,o objetivo do trabalho é levantar dados para colaborar compolíticas de inclusão digital. “Esse é umprocesso novo [de abertura de espaços públicos deinclusão digital]. Ninguém pode dizer hoje quantosestão abrindo e fechando. Essas informaçõesbásicas a gente ainda não tem”.O diretor de tecnologiae projetos do Ipso, Carlos Seabra, afirmou que os resultados domapeamento serão consolidados pelas comunidades, que poderãoverificar se de fato um telecentro registrado em uma comunidade estáem funcionamento, além de cobrar mais espaços de acesso públicoà internet. “Muitas vezes é mais importante ainauguração de um telecentro que a manutenção.A quantidade de telecentros é pouca para as necessidades queexistem, nem sempre são colocados nos melhores locais”. Seabra acrescentou queé preciso identificar as formas de uso da informática eestimular o protagonismo da população. “Não ésó chegar lá e sair com a expectativa de que vaiconseguir emprego [porque fez um curso em um telecentro]. Épreciso trabalhar com protagonismo social. Uma dona de casa fazer seu orçamento doméstico em uma planilhaeletrônica, por exemplo, o desemprego mandar seu currículo pore-mail, o jovem usar o computador para fazer música em MP3”.