Petrobras pretende produzir até 2009 mais da metade do gás que o país consome

08/05/2007 - 23h03

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A decisão da Petrobras de acelerar os projetos do Plangás (Plano de Antecipação da Produçãode Gás) podem gerar, na opinião do diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo RobertoCosta, “mais 25 milhões [de metros cúbicospor dia], entre 2008 e 2009; além dos dois terminais paraimportação de GNL [gás natural liquefeito]. Os projetos estão sendohiper-hiper acelerados”.O consumo do produto no Brasil bateu recorde no ano passado, atingindomédia diária de 41,79 milhões de metros cúbicos, um aumento de 4,3%frente a 2005. Segundo a Associação Brasileira das EmpresasDistribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), o pico de consumo em 2006ocorreu em outubro, quando o volume chegou a 44,5 milhões de metroscúbicos por dia.Na avaliaçãodo diretor da Petrobras, para minimizar os efeitos de uma possível reduçãono fornecimento do gás natural importado da Bolívia aempresa também está procurando viabilizar o maisrapidamente possível os projetos de construçãode duas plantas de GNL no Brasil.Ontem, a estatal brasileira enviou carta àestatal boliviana de petróleo e gás YPFB e aoMinistério de Hidrocarbonetos, os termos de sua proposta finalpara venda das refinarias Guillermo Elder Bell, em Santa Cruz de LaSierra, e Gualberto Villaroel, em Cochabamba. A oferta é paravenda da totalidade da participação acionária daPetrobras nas duas refinarias, mas a estatal brasileira nãorevelou o valor estipulado na proposta.“A Petrobrasaguardará por 48 horas a resposta à oferta apresentada.Caso não se chegue a um acordo, a empresa vai recorrer a todasas instâncias judiciais cabíveis para preservar osdireitos de seus acionistas”, conclui a nota divulgada pelaempresa.Costa diz que “aalternativa à importação de gás daBolívia ainda estão sendo implementadas e constam doPlangás. Nele, estamos investindo valores bastanteexpressivos para ampliar a produção de gás nasBacias de Santos, Espírito Santo e Campos”. Segundo informou Costa,alguns projetos do Plangás, com investimentos de aproximadamente US$ 11 bilhões até 2010,deverão entrar em produção em 2008 e 2009.Em paralelo, o diretorda Petrobras lembrou que a estatal brasileira estádesenvolvendo projetos de construção no país depelo menos duas plantas de regaseificação para devolverao estado gasoso o Gás Natural Liquefeito (GNL), que acompanhia vai importar para atender à demanda das unidadestermoelétricas que serão construídas na Bahia deGuanabara (RJ), e Pecém (Ceará).“Apesardestas iniciativas, nós não podemos agora simplesmenteimaginar que vamos deixar de importar gás da Bolívia.Isto não vai acontecer. A Petrobras tem compromissos junto comas companhias distribuidoras de fornecer o gás, entãoela vai fazer o máximo de esforço para nãodeixar de atender empresas como Congás e Ceg”.