Exposição em São Paulo retrata ações de mulheres pela paz no mundo

24/03/2007 - 19h14

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A exposição 1000 Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo, inaugurada hoje (24) na capital, representa "uma imensidão de ações que já acontecem pelo mundo na luta pela paz e outras inúmeras que podem ser feitas", afirmou a ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro.Após participar da cerimônia de inauguração, ela acrescentou que "os direitos humanos são essenciais, mas não são respeitados porque vivemos em um mundo em que infelizmente a macropolítica e a economia são vistas como mais importantes que a vida das pessoas". Na opinião da ministra, "isso tem que ser revertido, a ação dos governos para essa mudança é essencial junto com a sociedade civil”. Ela destacou que a criação, pelo presidente Lula, de duas secretarias voltadas para as questões da mulher e do negro "é o reconhecimento de que essas lutas históricas fazem sentido e também o reconhecimento de que deve haver uma articulação no campo das políticas públicas entre as chamadas ações específicas e as políticas universais”. Para Matilde Ribeiro, a ação cotidiana das mulheres deve ser visível a toda a sociedade e a exposição inaugurada hoje é uma forma de visibilidade para o que ela  chama de luta antiga: “A discriminação não começou hoje e ainda há muito a fazer para que deixe de existir”.  Para enfatizar a importância do trabalho das mulheres retratadas na exposição, a ministra afirmou que uma mulher com consciência política "faz muito barulho" e destacou a importância da luta das mulheres "pela água, pelo asfalto, pela garantia de segurança para os filhos, para sua vida, considerando os direitos reprodutivos, sexuais, porque isso somado traz para a sociedade uma agenda que inova em relação às políticas tradicionais”. Também compareceu à inauguração a ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Ela afirmou que as mulheres retratadas, apesar de sua diversidade, têm algo em comum: o mesmo objetivo, de construir e viabilizar melhores condições de vida para todos os cidadãos. "É isso que une e que torna tão bonita essa exposição e esse projeto que agora se continua pela constituição dessa associação", acrescentou. Segundo Nilcéa Freire, as mulheres têm uma maneira diferente de lutar pela paz e torná-la real: “A história está aí para mostrar isso. As mulheres, pela própria situação de opressão que sempre viveram, tiveram que estabelecer estratégias diferenciadas para se relacionar, para lutar pelos seus direitos, de compartilhamento de solidariedade, de maior generosidade no fazer cotidiano. É isso que diferencia o trabalho das mulheres”.