Integração dos países amazônicos é “imperativo geográfico”, diz secretária da OTCA

01/03/2007 - 22h58

Gilberto Costa
Repórter da Rádio Nacional da Amazônia
Brasília - A integração dos países da Amazônia é “umimperativo geográfico”. A avaliação é da secretária geral da Organização do Tratado deCooperação Amazônica (OTCA), Rosalía Arteaga Serrano. A organização lançou nestanoite, em Brasília, seu segundo relatório de gestão, relativo ao período denovembro de 2005 a outubro de 2006.Segundo Serrano, as questões ambientais não têm fronteirase, portanto, os oito países que formam a chamada Amazônia Continental (e que compõem aOTCA) –Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – devembuscar a integração. Ela explica que a região compartilha recursos e devembuscar soluções para os problemas em comum.“Nós temos um rio [o Amazonas] cujas águas vêm do longe, das alturas,dos Andes e vão para o mar”, comenta. “As águas não reconhecem limites, aságuas vão... Em termos de saúde, os mosquitos não reconhecem fronteiras. Sevocê faz a política de um país para eliminar uma doença, mas não faz no paísfronteiriço você vai ter problema.” Temos populações indígenas que não conhecemfronteiras como os Ashaninka no Brasil e os Asháninka [muda a entonação]no Peru; temos os Xuar no Equador e os Xuar no Peru. São grupos nômades queestão caminhando”, explica.A Amazônia Continental ocupa 40% do território da América doSul e tem uma população estimada em 30 milhões de habitantes e um terço dabiodiversidade de animais e plantas de todo o planeta. Com cerca de 7,5 milhõesde quilômetros quadrados, é a maior extensão de floresta tropical do mundo. Nabacia hidrográfica, que alcança 6,5 milhões de quilômetros quadrados está aquinta parte das reservas mundiais de água doce.O Tratado de Cooperação da Amazônia foi assinado há maisde 25 anos. Desde de dezembro de 2002, funciona em Brasília a SecretariaPermanente da OTCA. Na avaliação da secretária-geral, Rosália Arteaga Serrano,os últimos dois anos foram fundamentais para montar a estrutura permanente daorganização, formar equipe técnica e assim criar meios para tocar 18 projetosestratégicos nas áreas de meio ambiente; saúde; ciência, tecnologia e educação;assuntos indígenas; transporte, infra-estrutura, comunicação e turismo.Os projetos têm priorizado o monitoramento da qualidade da água,o combate à malária e epidemias nas fronteiras, o conhecimento de experiênciasque resultaram na preservação do meio ambiente, o controle do desmatamento e oaproveitamento das potencialidades econômicas sustentáveis da região, como oecoturismo. No ano passado, a OTCA mobilizou mais de US$ 25milhões em recursos de diversas fontes, tais como a Agência Brasileira deCooperação, a Organização das Nações Unidas (ONU), o Banco Interamericano deDesenvolvimento (BID) e os fundos ambientais de países da Europa como aAlemanha e a Holanda.