Farmacêuticos acusam médicos de prescrição abusiva de emagrecedores

01/03/2007 - 21h29

Juliane Sacerdote
Da Agência Brasil
Brasília - A Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag) divulgou hoje (1º) nota à imprensa em que critica os médicos pela prescrição abusiva de anorexígenos - remédios para emagrecer.O grupo, representante das farmácias de manipulação, exige que médicos, agências do governo e drogarias convencionais reconheçam sua parcela de responsabilidade pelo alto consumo de medicamentos para emagrecer no Brasil. A associação ainda defende a criação de um sistema de notificações que envolva as autoridades municipais. Relatório anual daJunta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, órgão ligado a Organização das Nações Unidas (ONU), apontou o Brasil como líder mundial no consumo de anorexígenos por habitante. O documento foi divulgado hoje.“Exigimos que as autoridades sanitárias, as entidades médicas, os profissionais de medicina, a indústria farmacêutica e as farmácias e drograrias convencionais assumam publicamente o seu grau de responsabilidade no problema”, afirmam o farmacêuticos magistrais, em nota. "Parem de imputar compulsivamente às farmácias de manipulação os abusos e omissões que cometem."Segundo a associação, pesquisa realizada em Ribeirão Preto (SP) e Florianópolis (SC) revelou que apenas 5% das receitas para anorexígenos são emitadas por médicos endocrinologistas. O restante tem a prescrição de médicos não especializados na área. "Para que os médicos mudem sua postura, é fundamental uma campanha para a prescrição ética de medicamentos para tratamento de obesidade, evitando o uso com fins estéticos. Os abusos da precisão de medicamentos para emagrecer são maiores com os medicamentos industrializados do que com a fórmulas de manipulação."A Anfarmag já havia enviado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária pedido de realização de uma consulta pública sobre controle, prescrição e uso das substâncias dos medicamentos, chamadas de psicotrópicas anorexígenas. A associação representa 70% das 5 mil farmácias de manipulação registradas nos Conselhos Regionais de Farmácia e 15 mil farmacêuticos profissionais.