Mantega descarta disposição de mudar política cambial

06/02/2007 - 23h46

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou qualquer disposição do governo em alterar a política de câmbio flutuante. Em entrevista após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada, Mantega lembrou que houve uma oscilação para baixa, nos últimos dias, com o dólar chegando a R$ 2,10, "por causa da decisão da última reunião do Banco Central norte-americano, que não elevou a taxa de juros naquele país". O ministro admitiu, no entanto, que "foi efeito passageiro e a tendência é o câmbio continuar oscilando, no Brasil, para um ponto de mais equilíbrio".O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também participaram da reunião com Lula, quando trataram, segundo Guido Mantega, de "questões de rotina da economia, como o Programa de Aceleração do Crescimento". Mantega ainda defendeu que "o país precisa se acostumar com o câmbio flutuante, pois no Reino Unido, inclusive, ele flutua menos que no Brasil". O ministro lembrou que o Brasil está com reservas internacionais de US$ 92 bilhões e "a intenção do governo é continuar comprando dólares para aumentá-las". O ideal, acrescentou, seria "que o real estivesse mais desvalorizado em relação ao dólar, pois favoreceria mais o setor produtivo, mas a taxa de juros vai continuar caindo e isso desestimulará a entrada no país de capital especulativo".Em relação ao setor exportador, Mantega disse ainda estimar que o desempenho continuará favorável e que, num determinado momento, o superávit deverá cair, com o aumento de importações, em razão de um maior desenvolvimento da economia.