Para especialista, Brasil investe pouco em patenteamento de produção científica

04/02/2007 - 17h40

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Brasil tem poucos registros de patentes de sua produção científica, avalia Odilon Marcuzzo, presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.Em entrevista à Agência Brasil, ele afirmou que o país responde por 0,2% dos registros efetuados no escritório de patentes dos Estados Unidos, embora seja responsável por cerca de 1,8% do conhecimento científico produzido no mundo, medido por publicações indexadas internacionalmente.Segundo Marcuzzo, os recursos investidos em  conhecimento no Brasil, ou seja, em pesquisa, desenvolvimento e inovação, representam 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas geradas no país. Nos países em desenvolvimento que se destacam no cenário mundial neste setor, o índice supera 2%.“Isso se reflete em outros índices”, constata o presidente da Finep. “Quando se pega, por exemplo, os índices de patenteamento dos Estados Unidos e União Européia, verifica-se que o Brasil se apresenta de forma absolutamente irrisória, apesar de termos um índice razoável na produção  do conhecimento propriamente dito em termos internacionais”.Falta, segundo ele, fazer a ponte entre a produção de conhecimento e a transformação dele em produto, entre a pesquisa e a indústria. Apesar das críticas, o dirigente da Finep considera que, com a economia estável, a situação deve melhorar. “Justamente porque a estrutura econômica é mais sólida, a moeda mais estável, os juros começam a declinar. Isso tudo forma um panorama mais favorável para o empresário investir em inovação. Inovação é risco”.Marcuzzo considera “muito baixo” o nível educacional brasileiro,tomando por base o percentual de jovens na faixa dos 18 aos 25 anos –adequada à vida universitária. O Brasil detém um dos menores índices daAmérica Latina, entre 9% e 10%, inferior ao Paraguai (11%) e muitoabaixo da Argentina: 30%. Ele afirma que, em termos mundiais, a faixaentre 25% e 30% é considerada satisfatória.