Ministro diz que bloqueio de verbas comprometeu sistema aéreo

08/12/2006 - 12h57

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O bloqueio de verba comprometeu asegurança do sistema do controle aéreo brasileiro, avalia o ministro doTribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes. Eleé responsável por umaauditoria nos órgãos do sistema aéreo brasileiro. Nardes reuniu-se hoje (8) como presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero).Segundo o ministro do TCU, os cerca de R$ 3 bilhões de tarifasarrecadadas pela Infraero foram divididos entre R$ 2 milhões aplicados pela empresa,aproximadamente R$ 230 milhões repassados para o Tesouro Nacional e orestante para a Aeronáutica. Os recursos repassados para o Tesouro teriam sidousados para gerar superávit primário - o governo tem metas de arrecadação para pagar os juros da dívida pública.“A situação é caótica no país. O que fica caracterizado éque não existia um planejamento para esta questão (sistema aéreo) de médio e longo prazo. O que me assusta mais é que dinheiro foi arrecado dentro dosistema, mas, infelizmente, uma parte vai para o Tesouro e não volta”, disse Nardes.Além dos recursos bloqueados, Nardes criticou ainda a faltade funcionários na Infraero. De acordo com ele, a empresa precisa de mais 1, 8mil funcionários. “O contingenciamento acaba criando essa situação de caos porfalta de investimento em pessoal, em equipamento e por falta de apoio técnicopara que o sistema possa funcionar de forma mais adequada”, enfatizou.“Aopção do brasileiro agora é rezar e torcer para que as autoridades consigamresolver essa questão, em curto prazo, e a gente tenha confiabilidade novamenteno sistema”.Na próxima terça-feira (12), o ministro apresentará umrelatório sobre a auditoria feita na Aeronáutica, Infraero e Agência Nacionalde Aviação Civil (Anac). Nardes afirmou que nesse relatório serão indicados osculpados pela crise no sistema aéreo, que nessa semana foi agravada por umafalha no sistema de comunicação do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controledo Tráfego Aéreo (Cindacta 1), em Brasília.