Spensy Pimentel
Enviado especial
Cochabamba (Bolívia) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse (8) hoje que a realização da 2ª Cúpula da Comunidade Sul-Americana de Nações, na Bolívia, tem um significado especial, na medida em que mostra ao mundo que o continente está unido.“É para que a gente mostre ao mundo que o nosso continente está unido, que o nosso continente está com muita disposição de fazer com que a integração seja a razão pela qual nós vamos conquistar não apenas a independência política, como já conquistamos, mas a independência do desenvolvimento e do crescimento econômico”, afirmou ainda no aeroporto da cidade para os jornalistas que o esperavam.No último domingo (3), o presidente da Bolívia, Evo Morales, celebrou a ratificação dos novos contratos das empresas petrolíferas estrangeiras que atuam no país, dentre elas, a Petrobras.Foi uma conseqüência do decreto presidencial assinado em maio e que nacionalizou as reservas nacionais de gás e petróleo. A assinatura dos novos contratos foi considerada satisfatória e classificada de “final feliz” para a discussão em torno do tema por integrantes do governo brasileiro. "Bolívia e Brasil compreendem a necessidade de trabalhar em harmonia", acrescentou Lula.O presidente evitou responder a uma pergunta de um jornalista boliviano sobre os atuais conflitos políticos vividos pelo país por causa de divergências em relação a regras aplicadas na Assembléia Constituinte boliviana.“Me permita não dar nenhum palpite sobre os problemas internos do país", disse Lula, ao acrescentar que todo governante, inclusive ele, enfrenta problemas internos. "Os problemas internos, nós resolvemos internamente".Diferentes grupos de líderes da direita boliviana entraram em greve de fome nas últimas semanas, exigindo que seja cumprida uma regra de que reformas constitucionais só podem ser aprovadas com dois terços dos votos da assembléia. O partido de Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS), que tem 51% dos votos na Constituinte, defende a necessidade apenas de maioria absoluta. Nos últimos dias, os grupos em greve de fome sofreram ataques de militantes que apóiam o governo de Morales.Lula elogiou o presidente boliviano, chamando atenção ao sentido de seu governo. “Todo mundo sabe do significado que a vitória de Evo Morales tem para o mundo e para os amantes da democracia”.O primeiro compromisso do presidente brasileiro na Bolívia é um encontro com Morales. Lula disse não saber o motivo da reunião, a ser realizada a pedido de Morales. Mas afirmou que os dois países têm assuntos "de sobra" para discutir.