Portadores do HIV são tema do Dia Mundial de Luta contra a Aids no Brasil

01/12/2006 - 8h38

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A campanha brasileira do Dia Mundial de Luta contra a Aids,comemorado hoje (1º), tem pela primeira vez como protagonistas pessoasportadoras do vírus HIV. Os personagens da campanha, que está no ardesde o dia 22 deste mês, são uma mulher de 60 anos, que tem a doençahá nove, e um homem de 34 anos que adquiriu o vírus há 17 anos.

Com o slogan A vida é mais forteque a aids, a campanha deste ano tem o objetivo de mostrar comnaturalidade as pessoas que vivem com o vírus, a fim de combater adiscriminação, o preconceito e o estigma associados à doença.

Em entrevista à Rádio Nacional,a diretora do Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis eAids (DST/Aids) do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, afirmou quetambém é objetivo da campanha melhorar a auto-estima das pessoas quetêm o vírus.

“A gente tem queentender que a aids não é uma doença dos outros, e que as pessoas quevivem com aids são como as outras, que têm uma doença crônica comotantas outras e que precisam de atenção, carinho e relações sociais,como todo mundo”.

Mariângela chama aatenção para o aumento da incidência da doença nas pessoas com mais de50 anos, principalmente entre mulheres. “A gente tem bastantepreocupação com a mulher não se perceber em risco, ou mesmo uma mulhercasada ou que tem um companheiro estável ter dificuldade de negociar ouso do preservativo na relação”, explica.

Umdado positivo para a campanha brasileira é o aumento do uso depreservativo nas primeiras relações sexuais. “Os jovens têm sido umgrande alento para a gente. Temos dados da década de 80 que mostram que8% usavam preservativo na primeira relação sexual. Já numa pesquisa de2004, 68% de jovens, de 16 a 19 anos, usaram camisinha na primeirarelação sexual”.Segundo ela, atualmente existem mais de 9 milescolas no Brasil que fazem ações de prevenção e distribuempreservativos. Quase 100 mil escolas públicas trabalham a questão daprevenção das DST como rotina nos seus trabalhos.