Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente da Sociedade Nacional deAgricultura (SNA), Octavio Mello Alvarenga, defende que o Brasil sejamais agressivo para superar um dos grandes desafios para o setor nopróximo ano: as barreiras fitossanitárias adotadas por paísesdesenvolvidos como os da Europa ou como os Estados Unidos."Essasbarreiras às exportações agrícolas, muitas vezes, não passam de um jogode esperteza política. E o governo tem de enfrentar essa questão commais agressividade. Esses países estão apenas se protegendo", disse. ASNA promoverá, a partir de segunda-feira (4), no Rio, o 8º Congresso doAgribusiness, que prevê a participação do ministro da Agricultura, LuísCarlos Guedes Pinto. Na avaliação de Alvarenga, a superação de fatoresadversos, que neste ano reduziram a área plantada e a colheita – comocrédito e o próprio clima –, fará o Brasil atingir um resultadoexpressivo no agronegócio nos próximos dois anos.Outrogrande desafio para o setor, acrescentou, é a reforma agrária. "Existeum receio de que o sentimento de propriedade privada se torne cada vezmais aleatório, isto é, passa a valer a ocupação. O setor do agronégioquer paz para produzir”, disse. Maiscrédito e melhoria no transporte por rodovias e portos, além deestímulo às ferrovias, também foram apontados como prioridades pelopresidente da SNA. Ele lembrou ainda que até hoje não existe nasuniversidades brasileiras a disciplina de Direito Agrário: “É como seno Brasil não houvesse problemas no campo”. Alvarengaexplicou que o 8º Congresso do Agribusiness abordará os desafios dosetor diante das mudanças de consumo de produtos agrícolas, destacandotambém a agroenergia, onde o etanol e o biodiesel têm papelpredominante. As pesquisas realizadas na agropecuárianacional também serão debatidas durante o encontro, que analisará aindatemas como a sanidade dos alimentos e a certificação dos produtosorgânicos.