Ministro diz que controladores de vôo estão tensos e nega operação-padrão

31/10/2006 - 22h04

Thiago Brandão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Defesa, Waldir Pires, reafirmou hoje (31), após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que os atrasos em pousos e decolagens de vôos em grandes aeroportos do país não estão sendo provocados por qualquer operação-padrão ou "greve branca" dos controladores de tráfego aéreo. Pires disse que hoje visitou o Cindacta-I (Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo) para ouvir eventuais reivindicações: “Eu os visitei para perguntar sobre questões salariais, sobre a jornada e as condições de trabalho, mas eles não apresentaram pedidos nem admitiram operação-padrão”. O ministro reconheceu, no entanto, que os controladores não estão trabalhando com toda a sua capacidade. E atribuiu o problema à tensão que passaram a sentir após o acidente com o Boeing da companhia aérea Gol, que caiu em Mato Grosso no dia 29 de setembro. “O problema é, também, emocional, devido à tragédia. Os controladores me disseram que vivem um momento difícil, de tensão, mas pedi ânimo a eles. Temos os melhores índices de controle de vôo do mundo. Espero reflexão e cooperação”. Segundo Pires, “diversos psicólogos” estão dando suporte emocional aos controladores. Indagado se os controladores não teriam apresentado reivindicações devido à condição de militares, o ministro respondeu: “Fui até eles pedir reivindicações, e as aceitaria. Não sou militar. Uma parcela dos controladores também é composta por civis”.