Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro (Brasil) - O segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tende a ser mais flexível politicamente, com a participação de um número maior de partidos nos ministérios e no segundo escalão, avalia a cientista política da Universidade de São Paulo (USP), Maria do Socorro Souza Braga. Ela lembrou que, no último domingo (29), Lula foi reeleito com quase 61% dos votos válidos, o que demonstra forte popularidade. “Isso realmente o ajudará a inibir a oposição e atrair ao seu governo tantos partidos que ainda não estão no arco de alianças como parlamentares”, disse, em entrevista hoje (31) ao Programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional.

Na avaliação dela, o resultado eleitoral refletiu a continuidade de políticas para a estabilidade econômica e o aumento do salário mínimo. ”Todas essas questões ajudaram o governo a passar por cima da oposição e das denúncias. Na verdade, a gente não tem muitas provas relacionadas ao último episódio [compra do dossiê que envolveria políticos tucanos em esquema de compra superfaturada de ambulâncias].  É uma chegada ao segundo turno com muita popularidade o que ajudará o governo a fazer pelo menos parte das reformas que ouvimos na campanha”.Braga também ressaltou o fato de o governo ter uma base forte entre os governadores, que exercem muita influência nas bancadas partidárias estaduais, o que, segundo ela, terá conseqüência na governabilidade, pois haverá mais apoio no Congresso Nacional.