Isabela Vieira e Thiago Brandão
Da Agência Brasil
Brasília - Os partidos políticos e coligações podem indicar fiscais e delegados para acompanhar as votações nas zonas e seções eleitorais. Os indicados deverão observar, por exemplo, o trabalho dos mesários e o recolhimento do boletim emitido pelas urnas eletrônicas no final do dia.Para realizar essa tarefa, os partidos estão selecionando e treinando os fiscais por meio dos diretórios estaduais e municipais. Em Brasília, o PSDB reuniu cerca de seis mil militantes. O partido informou que todos são voluntários e que realiza treinamento para que os fiscais atuem em consonância com a lei eleitoral.A advogada Maristela Neves, militante do PSDB de Brasília, acredita que esse trabalho ajudará a garantir a cidadania. “Esse é um dever legal da cidadania além de um benefício para a cidade e para todos os eleitores”. Ela organizou, esta semana, um curso para fiscais e delegados do PSDB. Ela explicou que os fiscais precisam saber como se dá o processo de votação, desde a abertura das urnas até a emissão do boletim final.“No curso, ensinamos qual horário os fiscais devem chegar, quem são as pessoas que podem contar com ajuda de outras na hora de votar, como os deficientes, e qual o papel dos mesários, por exemplo”.O Partidos dos Trabalhadores (PT) informou que também contará com ajuda de militantes no dia das eleições. Cerca de duas mil pessoas acompanharão as eleições na capital. O coordenador geral de fiscalização do partido, Chico Machado, disse que o PT capacitou pessoas por meio de uma videoconferência e que elas vão, nos estados, instruir os fiscais para acompanhar as votações nas zonas e nas seções eleitorais. “Entre outras funções, a orientação é para que os fiscais acompanhem o trabalho das mesas, observem a instalação das urnas, verifiquem se o equipamento está funcionado e se a urna estava lacrada.”Em todo o país, o PT vai usar aproximadamente 300 mil fiscais de urna para acompanhar o processo de votação em 380 mil zonas eleitorais em todo o país. O partido também anunciou que vai fazer uma apuração paralela à do TSE, por amostragem, utilizando Boletins de Urna de 1.600 zonas eleitorais. O Boletim é impresso pela própria urna ao término da votação e informa qual foi o resultado da eleição naquela seção.A assessoria de campanha de Geraldo Alckmin não informou o número de fiscais que vão acompanhar a votação, mas garantiu que "haverá uma ampla cobertura de fiscalização". O PSDB também pretende fazer uma apuração paralela à do TSE, por amostragem, com Boletins de Urna.O PDT convocou militantes para atuar como fiscais. O integrante da Executiva Nacional do partido, Osvaldo Manesque, disse que não é porque as urnas são eletrônicas, que fraudes não poderão ocorrer. Ele disse que o atual sistema permite que “os mesários desonestos votem no lugar do eleitor”.Manesque informou que o partido está sensibilizando os militantes para acompanharem as eleições, mas que o número não será suficiente para observar as votações em todas as seções eleitorais. “Não teremos gente suficiente para acompanhar as 430 mil seções em todo o Brasil. Nos preocupamos em fiscalizar o funcionamento do programa de totalização de votos do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. Esse programa será instalado nas urnas que irão para os TREs de todos os estados”, afirmou.A legislação eleitoral só permite que os fiscais de partidos atuem a um metro de distância das mesas diretores. De acordo com a lei, no vestuário dos militantes só será permitido o nome e a sigla do partido, nomes ou números de candidatos serão considerados boca de urna.