Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O brigadeiro Antônio Gomes Leite Filho, representante do comando da aeronáutica, disse hoje (30) que o foco principal neste momento é atender a situação humanitária que envolve a queda do Boeing 737-800 da Gol. De acordo com ele, a causa do acidente só poderá ser confirmada após as investigações, o que pode demorar no mínimo três meses. Segundo nota oficial da aeronáutica, "é mera especulação" dizer que houve uma colisão entre o Boeing da Gol e a aeronave Legacy, de fabricação Embraer e matrícula norte-americana."Essa aeronave modelo Legacy foi comprada por uma empresa de taxi-aéreo americana, Excel Aire, e havia, inclusive, alguns executivos dessa empresa que vieram buscar essa aeronave", afirmou o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Milton Zuanazzi. Segundo ele, a Anac autorizou que a aeronave seguisse da fábrica em São José dos Campos (SP) em direção aos Estados Unidos, passando por Manaus. "Evidentemente que o fato de eles terem sobrevivido, inclusive desceram na base do Cachimbo, eles são peças importantes para o esclarecimento deste episódio", disse.No entanto, Zuanazzi não adiantou quais informações foram prestadas pelos passageiros da aeronave Legacy. "As informações ainda devem ser checadas com caixas-pretas da aeronave acidentada, da própria aeronave da Embraer que eles estavam pilotando". Segundo ele, existem regras internacionais que prevêm que os envolvidos em acidentes aéreos devem prestar esclarecimentos. "Isso evidentemente não significa nenhum cerceamento à liberdade deles", disse.A diretora da Anac, Denise Abreu, esclareceu que não é correto dizer que eles estão à disposição da justiça. "Eles estão exclusivamente para prestar os esclarecimentos que a aeronáutica entender como necessários para agregar informações à investigação, que chegará à conclusão das causas do acidente". Zuanazzi explicou que há uma comissão formada por técnicos de várias áreas para investigar as causas, incluindo representantes do comando da aeronáutica e da ANAC."Quantos acidentes de trânsito com mortes de pessoas existem neste país. Em todos esses acidentes são instauradas sindicâncias, investigações, para que depois se chegue a alguma conclusão. Existem depoimentos de testemunhas, depoimentos de quem sobreviveu, depoimentos de quem estava no outro carro, agregado à perícia técnica e depois que se chega a uma conclusão. Em nenhum desses procedimentos, essas etapas são divulgadas. E por essa razão, pela mesma lógica, que a investigação que ocorre no setor aéreo não pode ser divulgada enquanto não houver uma conclusão derradeira à respeito do tema", concluiu Denise.De acordo com informações do assessor de imprensa da Infraero, Leonardo Motta Neto, havia quatro pessoas na aeronave Legacy, sendo quatro americanos e um brasileiro. A ANAC não confirmou a nacionalidade dos passageiros.