Para sociólogo, ampliação do ensino fundamental só melhora qualidade com ênfase à alfabetização

03/06/2006 - 19h19

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A ampliação do tempo de permanência dos alunos no ensino fundamental, de oito para nove anos, só vai melhorar a qualidade da educação se as escolas derem ênfase à alfabetização. A avaliação é do secretário-executivo da organização não-governamental (ONG) Missão Criança, sociólogo Carlos Henrique Araújo.

A lei que amplia o ensino fundamental para nove anos foi sancionada em fevereiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com isso, as crianças deverão entrar na escola aos seis anos de idade e não mais aos sete anos. Pela lei, os estados, os municípios e o Distrito Federal terão até 2010 para se adequar à mudança.

Para Araújo, a ampliação só trará benefícios "se houver uma diretriz pedagógica clara em prol da alfabetização, que é um grande problema do Brasil, para as crianças que entram na escola aos seis anos."

Caso contrário, será apenas um ano a mais no currículo escolar, no entendimento do sociólogo. Ele é um dos autores do livro Educação: uma Aposta no Futuro, lançado esta semana pela ONG Missão Criança. A publicação coloca a educação básica universal e de qualidade como a principal estratégia para que Brasil possa diminuir a exclusão social.