Educação de qualidade pode reduzir desigualdades sociais no país, diz sociólogo

03/06/2006 - 16h24

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A educação básica universal e de qualidade é a principal estratégia para que o Brasil possa romper o ciclo da pobreza e reduzir as desigualdades sociais. Esse é o principal eixo do livro Educação: uma Aposta no Futuro, lançado esta semana pela organização não-governamental (ONG) Missão Criança.

Ao defender a reforma na educação básica brasileira, um dos autores da publicação, o sociólogo Carlos Henrique Araújo, destaca que todos os países que registraram altas taxas de crescimento nos últimos 30, 40 anos, investiram "de maneira pesada" em educação.

"Educação promove desenvolvimento e mais à frente, se for uma educação de qualidade, possibilita que as pessoas possam usufruir desse desenvolvimento, diminuindo as desigualdades sociais e aumentando a oportunidade das pessoas", observa Araújo, secretário-executivo da Missão Criança e ex-diretor de Avaliação da Educação Básica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC).

Segundo volume da série Mania de Educação, o livro é resultado de um trabalho conjunto entre Carlos Henrique Araújo e o gestor de políticas públicas Nildo Luzio. De acordo com sociólogo, a publicação foi escrita com base nos últimos dados oficiais disponíveis sobre o tema: os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica de 2003, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2004 e do Censo Educacional de 2005.

A primeira parte da publicação mostra como a educação se relaciona com as questões de pobreza, exclusão social e desigualdade no Brasil. De acordo com Araújo, estudos estatísticos mostram que a educação é responsável por 40% das diferenças salariais entre os brasileiros.

"Pessoas que têm maior escolaridade são pessoas que ganham melhor, pessoas que têm menor escolaridade são pessoas que ganham menos, então o fator educação - ter feito uma escola, ter completado o ensino fundamental, médio ou mesmo estar na universidade - impacta diretamente na questão da desigualdade", conclui o sociólogo.