Brasília, 21/2/2006 (Agência Brasil - ABr) - O novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, defendeu em seu discurso de posse, hoje (21), a necessidade de "acelerar o processo de reforma eleitoral, permitindo que os partidos ganhem maior densidade programática, que haja maior equilíbrio nessas relações, que não haja essa possibilidade de troca de partidos".

Em entrevista após a solenidade, o ministro disse que "o problema da fidelidade partidária certamente tem que ser colocado: temos que criar um mecanismo muito mais autêntico e menos artificial". O atual quadro político-partidário, na opinião de Gilmar Mendes, "certamente não é digno da democracia complexa que nós viemos desenvolvendo". Ele defendeu: "É preciso reformular o sistema, é claro que isso não se faz da noite para o dia, mas é preciso arrostar esse sistema".

Ele também afirmou que a questão dos gastos de campanha, pelos partidos, é uma das prioridades para este ano, quando haverá eleição presidencial. "Agora estamos focados nessa questão do financiamento de campanha, das contas dos partidos políticos. Estamos atentos a isso", disse o presidente do TSE.

O presidente do PT, Ricardo Berzoini, presente à solenidade de posse, disse acreditar que o ministro Gilmar Mendes, "por sua trajetória e seu currículo, tem todas as condições de desempenhar com qualidade o trabalho na presidência do TSE".

Mendes assume a presidência do tribunal em função da aposentadoria do ministro Carlos Velloso, no dia 19 de janeiro. Na vice-presidência ficará o ministro Marco Aurélio Mello e a vaga reservada aos advogados, como membro efetivo, coube ao ministro José Gerardo Grossi.