Presidente da Novadata nega irregularidades em contrato com os Correios

18/10/2005 - 21h15

Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente do Conselho Administrativo da Novadata, Mauro Farias Dutra, negou haver irregularidades nos contratos feitos entre a empresa de informática e os Correios. Hoje, Dutra depôs na sub-relatoria de Contratos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. De acordo com ele, tanto as licitações quanto os pedidos de reajuste nos contratos com a empresa pública ocorreram de acordo com as regras legais.

O empresário ressaltou que as relações de amizade mantidas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva há 15 anos não facilitaram os negócios da Novadata com o setor público. Dutra, além de atuar no mercado privado, participa de movimentos sociais e organizações não-governamentais (ONGs) ligadas à segurança alimentar.

"Da mesma forma como eu não fui privilegiado pelas posições que tenho neste governo, nunca fui discriminado em nenhum outro governo, apesar de ter posições políticas bem definidas", disse o engenheiro, que apresentou na comissão documentos sobre os serviços prestados aos Correios.

Esses documentos mostrariam que, em 2002, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, a Novadata faturou cerca de R$ 63 milhões ao firmar um contrato para fornecimento de computadores, aparelhos de código de barras e impressoras ao projeto Banco Postal. Em 2003, o faturamento passou para R$ 10 milhões, em 2004, R$ 4,3 milhões e, em 2005, R$ 2,2 milhões.

A sub-relatoria dos Contratos da CPMI dos Correios também ouviu hoje o diretor da empresa Positivo, Hélio Rotemberg, que participou com a Novadata do consórcio vencedor da prestação de serviço ao Banco Postal. Rotemberg também negou qualquer favorecimento nos contratos com os Correios.

Responsável pela sub-relatoria, o deputado José Eduardo Cardoso (PT-SP), avalia que os empresários apresentaram uma "tese plausível" de que não atuaram de forma irregular. "Resta saber se as informações dadas aqui batem com os dados apurados pelo Tribunal de Contas da União. Vamos aguardar os relatórios do tribunal e, se necessário, convocaremos novamente os empresários", afirmou Cardoso.