Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília – "A cassação é uma pena de morte para um político", afirmou hoje o secretário das Relações Institucionais da Presidência da República, ministro Jaques Wagner ao comentar o pedido de cassação do deputado e ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu (PT-SP). Hoje o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), relator do processo contra Dirceu no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, apresentou seu relatório pedindo a cassação do ex-ministro por quebra de decoro parlamentar.
"Acho que o processo é sempre duro pois é a própria Casa ‘assando’ ou inocentando seus próprios pares, é muito complicado", afirmou o ministro.
Wagner disse que não leu o relatório de Paulo Delgado, mas afirmou estar convicto de que não há provas da existência de um esquema de compra de votos de parlamentares. "Não me consta que exista nenhum elemento de prova para sustentar a tese do ‘mensalão’. Depois de quatro meses, está mais do que claro que se tratam de acordos para financiamento de campanha."
Para o relator Paulo Delgado, há indícios de atuação de Dirceu, como ministro-chefe da Casa Civil, em um esquema de compra de votos de parlamentares para aprovação de projetos do governo federal.
Com relação à renúncia de apenas um dos outros seis deputados do PT denunciados ao Conselho de Ética, Wagner destacou que não houve influência do governo na decisão. "É uma questão extremamente pessoal, é uma decisão sobre sua vida política, e cada um tomou sua decisão", afirmou o ministro. "Não acho que o fato de 11 processos, dos quais cinco são PT, aporte um desgaste maior ao PT ou ao governo."