Rio, 10/10/2005 (AGência Brasil -ABr) - Das 87 empresas habilitadas a participar da 7ª Rodada de Licitações de áreas para exploração e produção de petróleo nas bacias sedimentares, prevista para a próxima semana, 20 poderão disputar os blocos exploratórios de risco e também as 17 áreas inativas em terra com acumulações marginais de petróleo e gás, oferecidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
O interesse por parte dessas empresas com conhecimento para águas profundas nestas acumulações marginais – campos maduros e já explorados e, por isto mesmo com pouco petróleo – "surpreendeu" a agência, que fez a oferta com o objetivo de criar um novo nicho para exploração por parte de pequenas e médias empresas brasileiras.
"Por que brasileiro? Porque os grandes de fora não têm interesse e o grande de dentro, a Petrobras, nós também achamos que não. O problema é que, com preço do petróleo acima dos US$ 60 o barril, estes pequenos campos passaram a interessar também às companhias de porte médio que aqui atuam", declarou o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima.
Algumas das empresas habilitadas são da América do Norte e da Europa, e participam pela primeira vez do leilão. Na avaliação da ANP, a diferença entre o número das que manifestaram interesse (113) e o das que de fato se habilitaram (87) se deveu a dificuldades de crédito, principalmente no caso de pequenas empresas nacionais.
"Nós não esperávamos esta diferença entre empresas interessadas e habilitadas. Há problemas de financiamentos. Nós estamos sendo procurados por bancos estrangeiros interessados em financiar pequenos e médios produtores, mas os bancos brasileiros não nos procuram. Isto se deve ao fato de os bancos estrangeiros terem corpo técnico para avaliar e saber que não se trata de um investimento de risco. Já os nacionais, sem corpo técnico adequado, não possuem esta certeza", explicou o diretor geral. "E a nossa idéia, na ANP, é fomentar a criação no Brasil de um setor social novo, que é o do pequeno e médio produtor de petróleo", acrescentou.