Brasília, 28/9/2005 (Agência Brasil - ABr) - Cerca de dez horas depois de iniciado o processo de escolha do novo presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), eleito com 15 votos de diferença, falou pela primeira vez à imprensa no auditório da TV Câmara. Respondeu a perguntas sobre a suposta liberação de verbas para emendas parlamentares em seu favor e o envio de ministros, pelo governo, com o objetivo de apoiar sua candidatura.
"A liberação de recursos é diária e sempre vai coincidir com votações. É preciso esclarecer se os ministros foram mandados pelo governo ou vieram por motiviação individual e partidária. Não creio que o governo tenha ou terá influência nas decisões desta Casa. Não apoiarei, nem colaborarei para que outras instituções influam indevidamente no nosso trabalho", afirmou.
Aldo ainda negou a existência de qualquer acordo com os chamados partidos menores, tendo como garantia o fim da cláusula de barreira – dispositvo da legislação eleitoral que fixa percentuais mínimos de votos para um partido ter representação no Congresso Nacional. De acordo com o novo presidente da Câmara, não houve conversas neste sentido.
Sobre os processos de cassação que tramitam na Casa, o deputado disse que pretende orientar os debates de forma equilibrada: "Vou assegurar o direito de defesa dos acusados e, ao mesmo tempo, trabalhar para que os órgãos encarregados da investigação e o plenário atuem com isenção".