Em nota, Costa Neto nega que PL tenha cobrado dinheiro para fazer aliança com o PT

13/08/2005 - 19h27

Brasília - O presidente Nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, divulgou nota hoje (13) afirmando que não houve cobrança de dinheiro do PT para fazer aliança política em 2002, mas que foi fechado um acordo para cobrir despesas da campanha da chapa PT-PL.

"Tínhamos uma campanha presidencial conjunta e despesas conjuntas. O que eu disse, e é verdade, é que o presidente Lula sabia do acordo em que o PT repassaria recursos para o PL pagar despesas da aliança de 2002. O que eu não podia imaginar é que essas dívidas de campanha seriam pagas depois da posse, e com dinheiro de caixa 2", diz a nota de Costa Neto.

Ontem (12), a secretaria de Imprensa e Porta-Voz da presidência da República divulgou nota afirmando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente José Alencar participaram apenas de "conversações políticas com vistas à formação da base partidária de apoio à chapa que terminou por vencer as eleições presidenciais daquele ano". Na nota, a presidência descarta o envolvimento de ambos em outras negociações: "Outros assuntos estiveram a cargo dos dirigentes dos partidos envolvidos na formação da aliança vitoriosa".

Em entrevista à revista Época, o ex-deputado federal e presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, afirmou que fechou em junho de 2002 um acordo com o então presidente do PT, deputado José Dirceu, e o tesoureiro do partido, Delúbio Soares, para receber R$ 10 milhões.

Esse dinheiro, segundo Costa Neto, garantiria o apoio do PL na chapa que concorreu à presidência da República e seria usado para financiar campanhas do partido. Na entrevista, ele afirma que o presidente Lula e o vice-presidente José Alencar sabiam das negociações.

Valdemar Costa Neto renunciou ao mandato no dia 1º após assumir que recebeu dinheiro do empresário Marcos Valério de Souza. Valério é acusado pelo deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) de ser o operador de esquema de compra de votos de parlamentares, conhecido como "mensalão". Valdemar, na entrevista, nega a existência do "mensalão" e diz que o dinheiro que ele recebeu de Valério era referente à dívida contraída pelo PT durante a campanha.