Setores químico e siderúrgico têm mais da metade dos investimentos previstos pela indústria do RJ

29/03/2005 - 15h58

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - A grande estrela dos investimentos de R$ 50,773 bilhões programados pela indústria para o Estado do Rio de Janeiro no período 2005/07 é a região da Baixada Fluminense, que engloba recursos no montante de R$ 26 bilhões, alavancados pelos setores químico e petroquímico, siderúrgico e de plásticos. Os investimentos estão concentrados no entorno do Porto de Sepetiba e criarão 45,381 mil empregos novos nos três anos.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, disse que o planejamento mostra uma mudança estrutural na natureza do investimento projetado, que passou a ser mais qualitativo, ao contrário dos investimentos anunciados anteriormente. Destacou ainda que 80% do total de recursos programados se referem a novos investimentos. No relatório do triênio 2003/05, os projetos novos representavam 46% do total de investimentos.

No período 2005/07, a implantação de novas empresas envolve investimentos de R$15,790 bilhões, enquanto em expansão estão previstos R$ 2,120 bilhões. Na expansão com modernização, outros R$1,870 bilhões. Isso é raro no Brasil e também no estado do Rio, frisou Gouvêa Vieira, chamando a atenção para a necessidade de se comemorar esses números.

O presidente da Firjan estimou que a produção de 2,2 milhões de etileno pela Petrobrás e de eteno por outras empresas na Rio Polímeros poderá transformar o Estado do Rio de Janeiro, nos próximos 5 anos, no maior produtor petroquímico do Brasil, superando a produção da Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul. O setor químico e petroquímico receberá recursos de R$8,306 bilhões no triênio 2005/07.

Em relação à siderurgia, o estudo divulgado pela Firjan revela que os investimentos programados, no total de R$ 8,244 bilhões, são responsáveis pela geração de mais de 5 mil empregos indiretos na cadeia produtiva, desde a coleta de insumos até a distribuição dos produtos finais. A implantação de novos investimentos vai afetar positivamente a indústria da construção civil. A região da Baixada terá sua dinâmica alterada para melhor, uma vez que os investimentos em moradia e infra-estrutura irrigam a economia para o futuro, apostou Gouvêa Vieira.

No último levantamento efetuado pela Firjan, relativo aos anos de 2003, 2004 e 2005, a indústria de transformação, incluindo a construção naval, respondia por 12,4% dos investimentos totais projetados para o estado, que alcançavam US$ 32 bilhões e englobavam as linhas 3 e 6 do Metrô e a usina de Angra 3.

No novo estudo apresentado hoje (29) para o período 2005/2007, a participação da indústria de transformação saltou para 39% do total, sem o setor da construção naval que sozinho representa 30% dos investimentos programados. O novo relatório faz uma avaliação mais conservadora e não inclui a construção das linhas 3 e 6 do metrô, nem tampouco a construção da Usina Nuclear de Angra 3, esclareceu a assessoria da Firjan.