EUA teriam ''dupla moral'' por criticar compra de armas russas pela Venezuela, diz vice-ministro

29/03/2005 - 8h38

Spensy Pimentel
Enviado especial

Ciudad Guayana (Venezuela) – "Não pode haver dupla moral. Temos a mesma necessidade que os Estados Unidos de manter mecanismos de defesa e segurança nacional", afirma o vice-ministro venezuelano das Relações Exteriores para América Latina e Caribe, Eustoquio Contreras.

Na semana passada, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, criticou, durante visita ao Brasil, o anúncio venezuelano da compra de 100 mil fuzis de origem russa: "Eu não posso imaginar o que vai acontecer com 100 mil AK-47, eu não consigo imaginar porque a Venezuela precisa de 100 mil AK-47, e eu espero que isso não aconteça", disse o norte-americano. Para Rumsfeld, a compra dos armamentos não seria um benefício em si para o hemisfério Sul e colaboraria para aumentar a preocupação com a interferência política por parte do presidente venezuelano Hugo Chávez em outros países.

Na semana passada, logo em seguida a declaração de Rumsfeld, o vice-presidente venezuelano, Jose Vicente Rangel, disse que a Venezuela também se preocupa "com o elevado gasto militar que os Estados Unidos levam a cabo, que ronda os US$ 450 bilhões". "Só os EUA absorvem 36% do gasto militar mundial. Isso tem gerado uma grande preocupação na maioria dos paises do mundo".

Brasil e Espanha também estão negociando a venda de armas para a Venezuela.

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