UNE: reforma universitária ainda precisa avançar na questão das instituições particulares

26/03/2005 - 20h05

Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O governo avançou na questão das universidades particulares com a proposta de reforma universitária, mas ainda faltam algumas questões. A análise é do presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Gustavo Petta. Como exemplo, ele informou que os estudantes querem que o governo inclua no projeto o controle das mensalidades das universidades privadas. "Acreditamos que os pais de alunos, os estudantes que pagam as mensalidades devem e precisam negociar o reajuste com os donos das instituições. Hoje isso acontece de maneira abusiva, sem nenhuma chance de negociação", disse à Agência Brasil.

Cerca de 200 representantes de Diretórios Centrais de Estudantes (DCEs), Uniões Estaduais de Estudantes, entidades municipais de estudantes universitários e executivas de curso participam hoje do encerramento do 54° Conselho Nacional de Entidades Gerais da UNE. Durante três dias, foram discutidos temas da reforma universitária para definir a posição da entidade. A UNE já havia encaminhado sugestões referentes a assuntos como assistência estudantil. "Agora, no Coneg, estão sendo apresentadas mais sugestões e uma resolução política do movimento estudantil como um todo. É um espaço privilegiado e propício para que tenhamos uma posição frente à reforma universitária", explicou Petta

O encontro tem como objetivo, também, a preparação para o Dia Nacional de Paralisação e Luta pela Reforma Universitária, marcado para 6 de abril. "O dia 6 de abril será marcado por manifestações em todo o país. Em alguns locais, por manifestações, em outros, por atos políticos. Em São Paulo, será na Avenida Paulista e, em Brasília, na esplanada dos ministérios. Serão realizadas manifestações e piquetes para pressionar o governo a apresentar o projeto, não ceder às pressões e a incluir questões que a gente coloca como importantes no projeto", informou.

"Teremos uma briga grande para que o governo não se acovarde e se intimide diante da pressão dos setores conservadores. Temos preocupação de que o governo ceda a essas pressões e não apresente a proposta ou apresente totalmente modificada, revendo questões fundamentais que achamos que o anteprojeto proposto pelo MEC contém", acrescentou.