Trabalhadoras rurais levam reivindicações ao governador do Paraná

08/03/2005 - 16h13

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil

Curitiba - O governador do Paraná, Roberto Requião, recebeu hoje um grupo de mulheres da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O grupo levou ao governador uma pauta de reivindicações, a maioria nas áreas da saúde e da educação. Todos os pedidos foram analisados durante a reunião e grande parte será atendida, como a continuidade de um convênio para educadores de saúde por mais 12 meses.

"O movimento terá tudo que for necessário para que os assentamentos e acampamentos tenham condições de saúde, de crescimento cultural e de educação para nossas crianças", afirmou Requião.

O governador informou também que autorizou a contratação de mais professores para trabalhar nas escolas itinerantes. Ao todo, oitos escolas desse modelo já funcionam em acampamentos de todo o Paraná, empregando 92 professores. Outra reivindicação atendida foi a estruturação das escolas itinerantes com cozinhas, móveis e materiais de construção para as salas de aula. A criação do curso de magistério para as escolas que atendem aos acampamentos rurais também foi discutida, mas ainda depende da análise do Conselho Estadual da Educação.

Outra preocupação manifestada pelas trabalhadoras rurais foi com as perdas na produção causadas pela seca. Requião informou que já solicitou ao Ministério da Agricultura a liberação de R$ 1,5 bilhão. O Paraná teve quebra na safra de soja de 16,2%, devido à longa estiagem que atingiu o estado nas últimas semanas. Os prejuízos econômicos chegam a R$ 912 milhões.

De acordo com Jandira Guarneri, coordenadora do setor de Educação do MST, a audiência com o governador Roberto Requião foi muito positiva. "Somos mulheres e, por isso, nossas maiores preocupações são com saúde e educação. Mas atuamos em todos os setores e estamos na luta pela reforma agrária há muito tempo", afirmou Jandira.