Quênia pede retomada de parceira com Brasil para combate à Aids

08/03/2005 - 17h49

Juliana Cézar Nunes
Enviada especial

Adis Abeba (Etiópia) - O governo do Quênia pediu a retomada do projeto de parceria com o Brasil para o combate e tratamento da Aids. O pais possui 6% da populacao infectada e cerca de 300 pessoas morrem em conseqüência da doença todos os dias. Em 2000, o Brasil enviou durante um ano medicamentos anti-retrovirais para um lar queniano que abriga crianças soropositivas. O índice de mortalidade chegou a cair de 20 para 0 por ano.

Ao final do projeto, o Ministério da Saúde brasileiro propôs ações para o combate da transmissão vertical do vírus HIV, que acontece das mães para os bebês ainda na gestação ou no momento do parto. A proposta, no entanto, não foi respondida pelo governo queniano. Esta semana, com a visita do chanceler Celso Amorim ao país, as negociacoes foram retomadas.

Os termos e a data de início da cooperação ainda não foram definidos. Amorim pretende mobilizar os setores públicos e privado nesse projeto. "É uma área que a gente pode cooperar não somete com recursos, que de fato são limitados, mas com cooperção técnica e incentivo aos fabricantes brasileiros de remédios que ajudem no que puderem", sugere o chanceler.

Uma comitiva de empresários acompanha Amorin na viagem de 10 dias a Africa. Em Nairobi, representantes do setor de cosmetico afro e farmaceutico indetificaram e tiveram contato com empresas interessadas em importar produtos do Brasil. A aprovimacao entre Quenia e Brasil vai levar o Itamaraty a ampliar a embaxada na capital, com reformas e aluguel de um segundo andar no predio onde a embaixada ja esta instalada.

O embaixador brasileiro no Quênia, Antonio Jose Rexende de Castro, possui projetos na area cultural. Entre eles a criacao de uma catedra latino-americana na Universidade de Nairobi. "Vamos fazer isso em parceria com as embaixadas da Argentina e Cuba. A ideuia inicial e promover uma serie de conferencias para alunos das areas de historia e relacoes internacionais", conta o embaixador.