José Alencar diz que aguarda resultado das investigações sobre suposta queima de arquivos sigilosos

06/03/2005 - 12h39

Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O vice-presidente da República e ministro da Defesa, José Alencar, disse neste domingo que aguarda os resultados do Inquérito Policial Militar (IPM) sobre a suposta queima de arquivos da época da ditadura militar, realizada na Base Aérea de Salvador. "Nós estamos aguardando o final do inquérito e eu acho que tudo tem que ser apurado para que todos os brasileiros conheçam a verdade do que aconteceu", disse após cerimônia de troca da Bandeira Nacional, na Praça dos Três Poderes. O inquérito ainda precisa ser avaliado pelo Ministério Público Militar.

No dia 12 de dezembro, o programa Fantástico, da Rede Globo, divulgou matéria sobre a queima dos documentos e, em virtude da denúncia, o Comando da Aeronáutica isolou o local, que foi periciado inicialmente por dois técnicos da Polícia Federal. O resultado do inquérito, feito com base na perícia da Polícia Federal da Bahia, concluiu que não houve incineração de papéis na área porque havia objetos no local que não estavam retorcidos e nem apresentavam sinais de ação do fogo.

Na semana passada, o secretário nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, disse que o perito da Polícia Civil do Distrito Federal, Celso Nenevê, vai avaliar as imagens feitas pela Rede Globo, que apontariam as mudanças no local e compará-las com o laudo.

De acordo com o Comando da Aeronáutica, o IPM ocorreu sob sigilo, por decisão judicial. Ainda segundo esse Comando, o artigo 16 do Código de Processo Penal Militar determina que as investigações têm que ser sigilosas para não prejudicar sua evolução. À época, a assessoria da Aeronáutica também informou o inquérito seria encaminhado ao Ministério Público Militar, que, se julgar necessário, poderá pedir novas diligências.