Brasil e Quênia buscam parcerias nas áreas de energia e combate à Aids

06/03/2005 - 17h13

Juliana Cézar Nunes
Enviada especial

Nairobe (Quênia) - Os ministros das Relações Exteriores do Brasil e do Quênia vão criar uma comissão para desenvolver projetos de cooperação entre os dois países. A primeira reunião desse grupo está prevista para agosto no Brasil. O chanceler Celso Amorim identificou interesses dos quenianos em parcerias nas áreas de infra-estrutura, saúde pública, cultivo de cana de açúcar e reativação de uma usina de processamento de álcool.

"O encontro foi positivo nesses temas e em outros da cooperação bilateral. É claro que resta muito a construir. Acho que a questão mais imediata que terá impacto para eles vai ser essa cooperação para combate à Aids. Tenho muita confiança que o nosso Ministério da Saúde, a Fiocruz e os empresários possam responder positivamente a essa demanda. Mas há uma série de outras coisas dentro da área cultural e esportiva", afirmou o ministro.

Em relação ao intercâmbio cultural, o Ministério das Relações Exteriores espera que o número de quenianos estudando no Brasil saia dos atuais 22 e suba para 50. Na área de pesquisa, a Embrapa planeja utilizar para estudos parte do banco genético de 450 mil plantas da Empresa de Tecnologia de Agricultura do Quênia.

A balança comercial brasileira com relação ao Quênia não ultrapassa hoje os US$ 22 milhões. Em 2004, o Brasil importou apenas US$ 11 mil em mercadorias quenianas. Os produtos eram em sua maioria artigos decorativos. Com a aproximação do Quênia, o Brasil pretende aumentar as relações comerciais com os países da África Oriental, bloco liderado pelos quenianos.