Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A convite do Banco Mundial (Bird) e da European Foundation Centre, a Fundação Banco do Brasil, o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), a Fundação Avina, a Articulação no Semi-Árido Brasileiro e o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) promovem, a partir desta terça-feira, encontro entre fundações nacionais e internacionais, o governo federal e as principais redes sociais que operam no país, para que as ações de cada instituição sejam compartilhadas.
Segundo o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, que participou na noite de hoje da abertura do evento, o encontro, que reúne entidades das mais diversas origens, populares e empresariais, oferece a oportunidade de um diálogo raro no país. "Me parece bastante criativa a idéia de juntar todos esses atores num único evento, o que permite integrar as experiências. No Brasil, isso não é muito comum", afirmou.
Dulci também destacou as motivações e as qualidades técnicas das organizações da sociedade civil brasileira. "Elas são muito estruturadas. São irreverentes, muito rebeldes a qualquer eventual tentativa de cooptação. E isso é muito positivo. Há uma tentação do Estado, pelo seu gigantismo, pela sua condição de aparato burocrático, de buscar a sociedade civil como coadjuvante, como legitimadora. Mas, felizmente, não é o que acontece no Brasil", disse.
O ministro ressaltou que o atual governo é o primeiro a incorporar em sua delegação internacional entidades não governamentais. "Sempre participaram dessas delegações as entidades empresariais e o movimento sindical. Mas as ONGs não participavam, é uma inovação político-administrativa e social também", analisou.
Um estudo realizado pelos institutos Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado no fim do ano passado revelou que em 2002 existiam no país 275,8 mil fundações privadas e associações sem fins lucrativos. Um crescimento de 157% em relação à última pesquisa realizada em 1996. Hoje, acredita-se que existam 400 mil entidades em fins lucrativos no país, que movimentam cerca de 3% do Produto Interno Bruto.