Polícia Federal prende no Pará 22 acusados de fraudar Previdência

18/02/2005 - 19h42

Débora Barbosa
Da Agência Brasil

Brasília - A Polícia Federal prendeu hoje no estado do Pará 22 pessoas acusadas de fraudes fiscais no sistema da Previdência Social. Os acusados são advogados, empresários, auditores fiscais e agentes administrativos do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Também foram cumpridos 48 mandados de busca e apreensão expedidos pela 3º Vara Federal de Belém.

A quadrilha emitia uma Certidão Negativa de Débito (CND) a determinadas empresas, que tinhamcontato com auditores fiscais, servidores administrativos e ex-servidores do INSS, a quem cabia executar os atos da fraude. De posse da certidão, a empresa recebe pagamentos, com dinheiro público, por obras e serviços.

"Essas empresas têm um grande potencial arrecadatório, emitem documentos que no final de um determinado período dizem o quanto poderiam arrecadar. Por meio de relatórios e com outras informações que nós tínhamos aqui da região, observamos a ação do grupo suspeito até a confirmação das ações", explicou o delegado Caio César Marques, da Polícia Federal, que acompanhou a operação. Ele acrescentou que o cruzamento de informações e a proximidade de algumas empresas com os funcionários públicos também contribuíram para o sucesso da ação policial, denominada Operação Clone.

Nas empresas e nas casas dos acusados foram apreendidos R$ 200 mil em dinheiro, 28 carros, computadores, documentos e armas. O material ainda será analisado pelos peritos da Polícia Federal. Segundo o delegado, será feita uma auditoria para definir os prejuízos causados à Previdência Social. "Só por meio de perícias, de uma análise dos documentos obtidos durante a busca, poderemos saber por quanto tempo esse grupo atuou", afirmou.

Caso haja comprovação de culpa, os acusados serão indiciados por corrupção ativa e passiva, advocacia administrativa, tráfico de influência e formação de quadrilha. As investigações foram iniciadas em junho do ano passado, nos municípios de Marabá, Dom Eliseu e Santarém, e contaram com a participação de 194 policiais federais do Pará, Rio de Janeiro, São Paulo Brasília e Amapá, além de 28 auditores da Previdência Social e do Ministério Público Federal.