BC vai fazer mais leilões de títulos cambiais antecipando-se a vencimentos

01/02/2005 - 20h46

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasilia - O Banco Central começa amanhã a realizar leilões periódicos de swaps cambiais "nos quais assumirá uma posição ativa em variação cambial e passiva em taxas de juros", segundo a instituição, em contratos com data de vencimento próxima aos principais vencimentos de títulos e swaps.

Os swaps têm posição cambial inversa aos contratos que, desde maio de 2003, vêm sendo retirados ou apenas parcialmente renovados pelo Banco Central em seus vencimentos. Essas operações vão permitir a redução acelerada da dívida cambial do setor público em relação a seu cronograma original de vencimentos, segundo informou a diretoria de Política Monetária do Banco Central. Mas a nota esclarece que a medida visa apenas a reduzir a dívida cambial e não interferir na flutuação do câmbio.

Os leilões vão ser realizados inicialmente com periodicidade semanal e as condições serão divulgadas no dia anterior, após o fechamento dos mercados. Segundo a nota do BC, "os leilões que terão início amanhã devem ser entendidos como uma medida adicional no âmbito da bem sucedida política de redução da exposição cambial do setor público, que vem sendo implementada desde o início de 2003".

O novo programa não vai alterar as condições da atual política de retirada de passivos cambiais, que continuará a seguir a prática de oferta de acordo com pesquisa de demanda realizada j antes da cada vencimento dos títulos cambiais que o BC coloca no mercado. Da mesma forma, não alterará a sistemática atualmente adotada pelo Banco Central na recomposição das reservas internacionais.

O novo programa seguirá os mesmos princípios básicos que vêm norteando tanto a retirada de dívida cambial quanto a recomposição das reservas internacionais: a atuação será baseada em condições adequadas de mercado a cada momento e terá como objetivos não adicionar volatilidade ao mercado cambial nem interferir na tendência de flutuação da taxa de câmbio. O programa deve, portanto, segundo a nota do BC, ser entendido como mais um esforço de redução do passivo cambial do setor público no contexto de um regime de metas de inflação com câmbio flutuante, sem quaisquer compromissos com o nível da taxa de câmbio nominal.