Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - A Associação das Empresas Lojistas em Shoppings Centers do Estado do Rio de Janeiro estima que o setor está trabalhando para 2005 com um cenário de estabilização, de acordo com o consultor de comunicação e economia Arthur Fraga:
"A gente está detectando uma esperança dos lojistas de que 2005 seja um ano diferente e que o "feeling" ( a sensação) de desgraça acabe".
Fraga explica que os lojistas ainda estão sob os efeitos da recessão registrada em 2003, considerado como o pior dos últimos 15 anos para o segmento: as vendas sofreram queda de 15% em comparação com 2002, que também acusou redução no faturamento bruto da ordem de 7% sobre 2001, o que gerou uma retração acumulada de 22% nas vendas. O número não contabiliza o desconto da inflação. "São números históricos que a gente quer esquecer", afirma o consultor da Aloserj.
O aumento de 4,5% para as vendas projetado para o ano de 2004 já dá um certo alento, sinalizando para uma retomada de vendas, admitiu Arthur Fraga, acrescentando que, na verdade, essa taxa significa estabilização. A entidade não tem uma estimativa para o crescimento do faturamento bruto no próximo ano, o que deverá se consolidar somente em março, após o carnaval, informou.
Arthur Fraga garante que o aumento antecipado pelo governo para o salário-mínimo representará uma injeção de "bilhões de reais" no mercado mensalmente, o que significa que o consumidor vai poder comprar mais alguma coisa. "Só não vai ser melhor por causa da política de juros do governo que está inibindo o cartão de crédito e o cheque especial, que são varejo", indicou Fraga. O especialista esclareceu que se o governo reduzisse os juros básicos, os shoppings teriam vendas muito melhores.