Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Neste sábado, dez militares que faziam parte do Centro Integrado de Guerra Eletrônica do Exército desembarcaram em Brasília vindos do Haiti. Eles foram recebidos pelo comandante militar do Planalto, General Rui Alves Catão. Nas últimas semanas, militares brasileiros que compunham a Missão da Nações Unidas para Estabilização do Haiti começam a retormar para casa depois de passar seis meses no país. Eles vêm sendo substituídos por novos soldados, pois, no mês passado, a Missão de Paz foi prorrogada por mais seis meses.
O trabalho realizado no Haiti recompensou pelo tempo passado longe de sua família, diz o tenente Francisco Antônio de Andrade, que está há 29 anos no Exército. "Foi uma experiência gratificante. Tive a oportunidade de representar o Brasil, o que foi um motivo de orgulho tanto para mim como para minha família". O Sargento Delmar Antônio Wildner também afirmou estar orgulhoso de participar da "nobre" missão. "Por ser um país que precisa de ajuda. Existe muita pobreza lá", explicou.
O Haiti está em crise desde fevereiro de 2004, quando rebeldes atacaram a capital, Porto Príncipe, e provocaram a queda do presidente, Jean-Bertrand Aristide, acusado de fraude nas eleições de 2000. Além da violência, a população sofre com a falta de infra-estrutura e saneamento básico.
A realidade dos haitianos impressionou alguns dos militares que retornaram hoje para casa. "Pobreza é pouco. Lá é miséria realmente. As pessoas tomam banho no esgoto, onde conseguem um pouco de água tomam banho, também não têm local para fazer necessidades. É difícil", conta o sargento Lednei Leguiça Velaz. "A impressão foi a de um país que estava devastado pela miséria e por esse período de guerra", completa.
O sargento Delmar Antônio Wildner disse ter chamado sua atenção o fato de que, além da grande pobreza, há falta de infra-estrutura básica, assistência médica e iluminação pública. "É um país que precisa ser reconstruído", ressalta.
O governo brasileiro completa até três de janeiro de 2005 o rodízio do contingente brasileiro que participa da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti. O Brasil continuará por mais seis meses no país com um efetivo total de 1.200 militares.