Iolando Lourenço
repórter da Agência Brasil
Brasília – A disputa entre as duas alas do PMDB – a que quer continuar apoiando o governo e a que quer sair – vem se acirrando por causa da proximidade da Convenção Nacional do partido, marcada para o próximo dia 12. A convenção foi convocada para que os peemedebistas decidiam se querem continuar no governo ou buscar o caminho da independência.
Um dos principais defensores da permanência do partido no governo, o líder no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está articulando uma reunião da Comissão Executiva Nacional, para às 11 horas desta quarta-feira. Ele informou que já conta com mais de um terço das assinaturas dos membros da Executiva para convocar a reunião que se destina "a cancelar ou adiar a convenção nacional marcada para o próximo domingo". Renan informou que só amanhã irá tornar público o ato de convocação da reunião da Executiva.
Ele disse que vai continuar as conversas com o presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), e com outros peemedebistas que defendem a saída do governo para mostrar que a convenção é inoportuna neste momento. "Retirar a governabilidade é desestabilizar o governo", alerta Calheiros, ao defender a permanência do partido na base aliada. Calheiros informou, ainda, que dos 23 senadores do partido, 20 assinaram documento defendendo a permanência do PMDB no governo e que na Câmara dos 75 deputados, 51 devem assinar o documento.
Segundo o senador, a maioria dos membros da Executiva é contrária à realização da convenção. O Estatuto do PMDB estabelece que a Executiva poderá ser convocada por um terço de seus membros para deliberar sobre determinado assunto. Os governistas querem que a Executiva decida contra a convenção nacional marcada para domingo.
Em contrapartida, o deputado Michel Temer, que trabalha para a realização da convenção nacional, informou que se receber o documento propondo a reunião da Executiva irá analisá-lo para então tomar uma posição. Segundo ele, o que não se pode é ficar fazendo terrorismo de que se o PMDB sair do governo estará colocando em risco a governabilidade. "Tenho dito que vamos garantir a governabilidade mesmo se a convenção decidir pela saída do governo", afirmou.
Temer lembra que a convenção foi decidida pelos governadores, em reunião em São Paulo, e por lideranças do partido reunidas em Brasília.