Encontro paralelo discute males do turismo

04/12/2004 - 15h40

Eduardo Mamcasz
Repórter da Rádio Nacional

Salvador - Ao contrário da parte oficial do Fórum Mundial de Turismo, chamada de "governança", o chamado "setor transversal" trocou experiências, no Centro Histórico de Salvador, sobre temas paralelos, inclusive os malefícios que o turismo traz. Foram discutidos, por exemplo, os prejuízos causados a uma comunidade que é expulsa da praia, onde sempre viveu, para dar lugar a um grande resort que, geralmente, não a emprega. O fórum foi realizado durante toda a semana na capital baiana.

"Um dos piores resultados dessa política é justamente a prostituição, o turismo sexual e a exploração de crianças e adolescentes", lembrou Egídio Guerra, consultor do Banco Mundial e coordenador de uma rede de 1.400 "empreendedores sociais" nos projetos ‘Empreendedores de Sonhos" e "Terra da Sabedoria". Ele defende o envolvimento de executivos com responsabilidade social e participação comunitária.

A adoção do Código de Conduta no Turismo, usado em 17 países, foi outro ponto de discussão do fórum. Também foi abordado o "turismo sexual" existente na Tailândia e outros países, entre eles o Brasil e as Filipinas, que foram apontados num estudo como responsáveis por 10% , ou 100 mil casos, do total de crianças e adolescentes exploradas sexual e comercialmente em todo o mundo.

Já na primeira reunião ministerial de seu governo, lembrou o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, o presidente Lula determinou um combate sem trégua ao turismo sexual no país. Ele informou que essa luta está começando a apresentar resultados por meio da "inteligência policial", mas admitiu se tratar de um trabalho muito difícil porque envolve o crime organizado.