Brasília, 24/11/2004 (Agência Brasil - ABr) - A política nacional antidrogas deverá passar por realinhamento, considerando que é um campo em que os fatos e conhecimentos se modificam constantemente, o que gera a necessidade de uma reavaliação, afirmou hoje o chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e presidente do Conselho Nacional Antidrogas, general Jorge Armando Félix
Félix fez exposição na abertura do Forum Nacional Antidrogas, esta noite, no Colégio Militar de Brasília, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-Presidente José Alencar, do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e do ministro da Saúde Humberto Costa.
O general declarou que nos últimos três anos a Secretaria verificou a problemática das drogas indo a clínicas e às ruas e contando com a participação de organizações e da sociedade que colaboraram com o objetivo do governo de combater um problema,prioritário de estado, pelos efeitos sociais, econômicos e na soberania nacional. Ele destaca a realização de seminário Internacional com a participação de sete países, que trouxeram sua contribuição no trato com o problema.
Foram realizados também seis fóruns regionais ,com a presença de todos os estados e a participação da comunidade científica, cuja contribuição será discutida no Forum aberto esta noite. O realinhamento da política nacional antidrogas deverá sair do evento em documento que será encaminhada ao presidente da República. As oficinas temáticas do seminário Internacional e dos foruns regionais, segundo Félix, tiveram a preocupação de incorporar as especificidades locais, que foram encaminhadas à Secretaria Nacional Antidrogas em forma de relatório.
Jorge Armando Félix disse que o fenômeno das drogas não admite soluções mágicas e soluções imediatas, sendo um desafio instigante, apaixonante e emocionante, que não se resolve nas salas refrigeradas de Brasília . É preciso, disse ele, ir ao foco do problema, onde ele está acontecendo . E lembrou trecho da carta de Pero Vaz de Caminha que relata ao Rei de Portugal que a Terra descoberta " é sã e generosa, e nela tudo se plantando dá. Mas o importante, Alteza, é salvar essa gente".
Pesquisa Nacional divulgada hoje, durante a abertura do Forum Nacional Antidrogas, revela que dois milhões de jovens entre 12 e 24 anos são viciados em tabaco e outros 300 mil em maconha. Foram ouvidas em 27 unidades da federação 2.807 crianças e adolescentes. Dezenove por cento dos entrevistados moram com suas famílias e 72% estão fora do círculo familiar.