Saulo Moreno
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hu Jintao criaram neste sábado laços pessoais que devem ser importantes para o futuro das relações entre o Brasil e a China. A avaliação foi feita pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorin, ao sair do almoço oferecido em homenagem à comitiva chinesa, na Granja do Torto. Segundo ele, o almoço foi descontraído, alguns assuntos relacionados aos acordos celebrados entre os dois países voltaram a ser comentados também de forma descontraída e o almoço aconteceu em clima predominantemente de amigos.
A exemplo do seu colega do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, o chanceler Celso Amorin comentou a nota divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que criticou os acordos entre o Brasil e a China, considerando que vão prejudicar a indústria brasileira. "Eu estou tranqüilo que isso não acontecerá. É claro que em todo acordo comercial existe uma margem de risco para algum setor. Mas nós estaremos muito atentos e, ao contrário do que se diz, o Brasil não abre mão de utilizar as medidas comerciais, sobre tudo antidunpping".
Para o ministro, os acordos firmados com a China vão deixar um saldo muito positivo para o Brasil. "Vários países estão querendo fazer acordos de livre comércio com a China. A Nova Zelândia, a Austrália, o Chile... Se o Brasil for o último, não ganha nada, e fazendo agora, estamos ganhando a boa vontade do maior mercado do mundo potencialmente. Mas, além disso, entre os acordos não houve somente protocolos. Houve muita coisa concreta, como contratos específicos, investimento no gasoduto, construção de vagões... São coisas que vão gerar emprego e renda no Brasil", avaliou Amorim.