Marcos Chagas e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O vice-presidente nacional do PT, Romênio Pereira, acredita na união do PSDB com o PFL, reeditando a aliança de 1994 para as eleições presidenciais de 2006. "Estes são os principais partidos de oposição, e acredito que se unam em torno de um candidato para disputar a eleição presidencial", afirmou.
Segundo Romênio Pereira, a sucessão presidencial será discutida com tranqüilidade no partido e junto aos aliados. "Temos hoje tranqüilidade para discutir, e todas as condições de, caso o presidente Lula queira ir para a reeleição, fazer um trabalho com os aliados para ganhar as eleições em 2006", disse ele.
Quanto às eleições municipais, Pereira não acredita que tenha havido federalização, mesmo nas disputas de grandes cidades, como São Paulo. De adordo com o dirigente petista, o que ocorreu nos municípios foi a disputa de "projetos locais". No caso específico de Porto Alegre, onde o PT governava por 16 anos e perdeu as eleições para o PPS, Romênio Pereira afirmou que a opção do eleitorado foi "por mudanças de projetos".
Já o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), ressaltou que as vitórias tucanas em cinco capitais e a consolidação do partido como segunda maior força política do país em número de votos "não quer dizer nada com relação às eleições presidenciais de 2006". O importante, agora, é garantir que os prefeitos tucanos eleitos possam fazer boas administrações, afirmou Arthur Virgílio.
Especificamente sobre São Paulo, maior colégio eleitoral do país, o líder tucano disse esperar que a transição de governo do PT para o PSDB ocorra de forma "semelhante" à que foi feita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2002. Arthur Virgílio vê sinais de que este será o caminho adotado pelos petistas. Segundo ele, a prefeita Marta Suplicy fez uma "declaração educada e mostrou respeito ao resultado das urnas" no cumprimento ao prefeito eleito José Serra.
O prefeito reeleito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), porém, admitiu que a campanha de São Paulo foi "nacionalizada". Para ele, o PSDB lançou seu quadro mais importante para derrotar a prefeita Marta Suplicy e obteve êxito. "O PT deve recolher uma lição desse episódio. Desde o primeiro turno ficou claro que o partido foi melhor eleitoralmente onde ele uniu boas administrações com boas campanhas e com uma política de alianças", destacou.
Na opinião de Fernando Pimentel, é necessário que o PT amplie mais seus "arcos de alianças" para ter sucesso eleitoral. "Foi o que fizemos em Minas e o que foi feito em outros estados onde tivemos sucesso eleitoral. Onde o partido teve uma linha mais auto-centrada, mais voltada para dentro, com uma perspectiva unipartidária, o resultado já não foi tão bom", avaliou. Pimentel disse, ainda, que esta é uma lição a ser aprendida "porque pode nos iluminar o caminho para a disputa de 2006".