Funcionários do Ibama voltam ao trabalho mas mantêm estado de greve

25/10/2004 - 19h38

Brasília, 25/10/2004 (Agência Brasil - ABr) - Os cerca de 6 mil funcionários do Instituto Brasileiro do Meio-Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) voltam ao trabalho nesta terça-feira (26), mas ainda permanecerão em estado de greve por 72 horas, prazo definido para que seja assinado o termo que atende às reivindicações do funcionalismo.

"O comando de greve decidiu encaminhar para as assembléias estaduais o indicativo de suspensão da greve. Ficaremos ainda em estado de greve por três dias, tempo pedido pelo governo para que o termo seja assinado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guido Mantega, e a representação dos servidores", declarou o presidente da Associação de Servidores do Ibama (Asibama), Jonas Corrêa.

De acordo com Jonas Corrêa, "se os ministros não cumprirem com a assinatura desse documento no prazo, os funcionários vão retornar à greve". Segundo ele, os servidores entendem que em função da importância do trabalho desenvolvido pelos trabalhadores do Ibama no país, o órgão resolveu aceitar a proposta do governo para que os servidores não permaneçam em greve.

"Esperamos que o governo dessa vez cumpra com a palavra. Estamos retomando um acordo que foi assinado no ano passado".

Os investimentos que necessitavam de licenciamentos ambientais, inclusive aqueles que já estavam em processo de análise, foram prejudicados com a paralisação, que dura cerca de três semanas. Foram comprometidas também a exportação e a importação de produtos de origem florestal, bem como pneus, automóveis e produtos pesqueiros.

Os grevistas querem receber a mesma gratificação paga aos servidores da Agência Nacional de Águas (ANA), além do enquadramento dos aposentados na carreira de Especialista em Meio Ambiente. No caso da gratificação, eles apresentaram a contraproposta que é de antecipar em dois meses o calendário indicado pelo órgão.

O Conselho propôs o pagamento de 35% da gratificação em janeiro de 2006. Os grevistas querem receber 15% em novembro deste ano, 30% em junho de 2005 e os 35% restantes até novembro de 2005.