Pirataria e contrabando eliminam 56 mil empregos com venda de CDs

06/09/2004 - 19h31

Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O impacto da pirataria e do contrabando no setor cultural pode ser avaliado em um levantamento da Associação Protetora dos Direitos Intelectuais Fonográficos do Brasil (APDIF). De acordo com o estudo, em cinco anos, 56 mil postos de trabalho foram fechados em decorrência do crescimento de vendas de CDs piratas.

"Os produtos ilegais já dominam 59% do mercado. A atividade do governo no setor ainda é mínima", alerta o diretor-geral da APDIF, Valdemar Gomes Ribeiro. "Com a pirataria, o Brasil tem um prejuízo que supera o R$ 1 bilhão. Perdem tanto músicos, intérpretes e compositores quanto a indústria fonográfica e o governo brasileiro, que deixa de arrecadar milhões em impostos."

No último final de semana, Ribeiro acompanhou, em Foz do Iguaçu, uma operação da Receita Federal que resultou na destruição de meio milhão de CDs piratas e 250 mil maços de cigarros contrabandeados. Pelos cálculos da APDIF, de janeiro de 2003 a agosto de 2004, os agentes da Receita apreenderam 24,9 milhões de CDs Piratas, entre gravados e virgens.

No ranking da entidade, o Estado de São Paulo é a região mais afetada, onde o número de unidades retidas passa dos 10,4 milhões. O Paraná vem em segundo lugar no ranking com cerca de 9 milhões de CDs falsificados apreendidos. Em terceiro lugar aparece o Rio de Janeiro, com 1,5 milhão de unidades.