Leilão para exploração de petróleo arrecada R$ 496 milhões no primeiro dia

17/08/2004 - 20h06

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio - A Agência Nacional do Petróleo (ANP) vendeu 81 dos 412 blocos ofertados nos 16 setores envolvidos no primeiro dia da Sexta Rodada de Licitação de Áreas para Exploração de Petróleo e Gás Natural, em 12 bacias sedimentares do país. Foram arrecadados, a titulo de bônus de assinatura, R$ 496 milhões 290 mil e 413.

A Petrobras foi o principal vencedor da licitação, ao arrematar 61 dos 66 blocos em que ofereceu proposta, 27 sozinha e 32 em parcerias com outras empresas do setor. A licitação prossegue hoje, quando estarão sendo ofertados os outros 501 blocos, dos 913 envolvidos
nesta rodada ? Eles estão distribuídos em 13 dos 29 setores ofertados e
que ainda não foram a licitação.

Na avaliação do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), embaixador Sebastião do Rego Barros, o resultado da primeira parte da Sexta Rodada de Licitações de Áreas foi excelente, "muito bom mesmo", principalmente se for levada em conta a polêmica surgida a partir da liminar concedida na noite de ontem pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
Carlos Ayres Britto, impedindo a participação de empresas estrangeiras.

A liminar foi caçada hoje pelo próprio presidente do STF, Nelson Jobim. Em razão da liminar, o leilão começou com cerca de uma hora de atraso e teve a participação maciça de empresas estrangeiras. A Petrobras marcou sua presença no leilão, tanto na disputa por blocos em
águas profundas e rasas como em bacias terrestres ou maduras. Nas chamadas bacias maduras a estatalse associou com a Petróleo Portugal em 16 blocos exploratórios.

A Petrobras pagaria ainda R$ 82 milhões 300 mil reais - o maior valor pago no leilão e um ágio de 1957% sobre o preço mínimo - pelo bloco marítimo Espírito Santo 525. Arrematado em consórcio com a Shell do Brasil, o bloco foi o mais disputado do leilão e está localizado nas proximidades do BES-100, também na bacia marítima do Espírito Santo, onde a Petrobrás descobriu uma
reserva de 450 milhões de óleo equivalente do tipo leve, de excelente qualidade.

Além do consorcio vencedor, também brigaram por este bloco outros dois consórcios, um liderado norte-americana Kerr Mcgee, com 65% de participação; e o outro pela também norte-americana com 37,50% de participação, mesmo percentual da Amerada Hess. Os outros 25% diziam respeito Epic Gás, do Grupo El Paso, também norte-americano.

A Petrobrás levou ainda em consórcio com outras empresas outros cinco blocos, todos vizinhos ao BES-100. A estatal brasileira pagaria, ainda, o maior ágio do leilão ( 48.900% )
ao ofertar um bônus de R$ 4,2 milhões pelo bloco do setor terrestre 2 da Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte, cujo bônus mínimo de assinatura era de R$ 10 mil.