Brasília, 9/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje que a decisão da Argentina de impor barreiras às importações de eletrodomésticos brasileiros é uma questão que tende a desaparecer, tão logo os dois países estabeleçam políticas industriais comuns. "Enquanto estivermos (Argentina e Brasil) brigando um pelo mercado do outro, estaremos perdendo espaço. Temos de cooperar e nos entendermos para ganhar lugar no mercado internacional", disse Amorim, em visita oficial a Buenos Aires.
Ele admitiu que impasses comerciais são comuns entre países. "Nós vamos ter que lidar sempre com essas questões se quisermos fazer acordos bilaterais. São realidades, não adianta ignorar", disse.
Segundo o ministro, o fato de a Argentina taxar a cota da quantidade de eletrodomésticos importados do Brasil foi um episódio que contribuiu positivamente para os dois países fazerem uma reflexão sobre alguns dos seus problemas estruturais.
O teor principal da conversa, hoje, entre o chanceler brasileiro e o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, foi no sentido de fortalecer o Mercosul. Ficou sinalizado que para desenvolver o bloco, cada país membro terá de ter um papel na cadeia produtiva e no mercado externo bastante definido. Negociações constantes também são fundamentais para garantir a presença efetiva no cenário internacional, anunciou Amorim. "A integração exige uma renovação de idéias constantes", defendeu.