Brasília, 24/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - Bom! Bom! Bom! Um gongo toca três vezes. Ao som da música "Luar do Sertão", às 21h do dia 12 de setembro de 1936, ouvia-se "Alô, alô Brasil! Aqui fala a Rádio Nacional do Rio de Janeiro". Surge a PRE-8, a partir da compra da Rádio Philips, que teria custado 50 contos de Réis.
A Rádio Nacional é líder de audiência desde a sua fundação até o aparecimento da TV, que dita os novos rumos da comunicação. Os programas esportivos, de humor, rádio-novelas e noticiários, que viraram modelo para todas as rádios do país, são transmitidos de vários estúdios nos três últimos andares do edifício "A Noite", nº 7 da Praça Mauá, no centro do Rio de Janeiro.
No mesmo ano, vão ao ar as primeiras cenas de rádio-teatro intercaladas com números musicais. Em 1937, é inaugurado o "Teatro em Casa", programa com peças completas semanais, modelo que mais tarde faria surgir as rádio-novelas.
A década de 30 foi a época de testar experiências. Tudo era novo. Não existiam formatos de programas pré-definidos ou modelos de locução. Foi a era também da descoberta do potencial de comunicação que o rádio representava. Em 30 de outubro de 1938, nos Estados Unidos, Orson Welles deixa milhares de americanos em pânico com a certeza de que a Terra estaria sendo invadida por extraterrestres. Na verdade, era uma dramatização de "Invasão dos Mundos". O caso virou o maior exemplo do alcance radiofônico.
Neste mesmo ano, no Brasil, é criada a Voz do Brasil. A partir de 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial, o rádio passa a ter um papel fundamental na transmissão de fatos diários e notícias do front. Daí surgiria, mais tarde, o Repórter Esso.